Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 8,752 bilhões em novembro, informou nesta terça-feira, 20, o Banco Central. O resultado ficou acima das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast com 22 instituições financeiras, que iam de US$ 4,600 bilhões a US$ 6,800 bilhões, com mediana de US$ 6,500 bilhões.

Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de novembro ficaria em US$ 6,500 bilhões. A estimativa da autarquia foi feita com base nos números até 18 de novembro, quando o País havia recebido US$ 4,1 bilhões em recursos externos.

No acumulado de 2016, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 63,657 bilhões.

Já no acumulado dos últimos 12 meses até novembro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 78,868 bilhões, o que representa 4,38% do Produto Interno Bruto (PIB).

Conta de viagens internacionais

Apesar da diminuição da cotação do dólar em 2016, após a disparada do ano passado, a conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em novembro. No mês passado, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os estrangeiros desembolsaram no Brasil gerou um resultado negativo de US$ 731 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$ 505 milhões.

O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,204 bilhão em novembro. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$ 472 milhões no mês passado. No acumulado do ano até novembro, o saldo líquido dessa conta ficou negativo em US$ 7,533 bilhões.

Investimento em ações brasileiras

O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou positivo em US$ 194 milhões em novembro. Em igual mês do ano passado, o resultado havia sido positivo em US$ 898 milhões. No acumulado deste ano, o saldo está no azul em US$ 9,332 bilhões.

Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 3,097 bilhões em novembro e negativo em US$ 24,636 bilhões no acumulado do ano. Em novembro do ano passado, essas aplicações estavam positivas em US$ 4,740 bilhões e, no acumulado de janeiro a novembro de 2015, positiva em US$ 17,457 bilhões. O saldo do ano passado foi de US$ 16,296 bilhões.

Remessa de lucros e dividendos

A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil para suas matrizes foi de US$ 1,979 bilhão em novembro. A saída líquida representa um volume bem maior do que os US$ 879 milhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados os ingressos.

No acumulado do ano até novembro, a saída líquida de recursos via lucros e dividendos alcançou US$ 15,706 bilhões. Nesse caso, os envios são inferiores aos registrados em igual período do ano passado, quando as remessas foram de US$ 16,828 bilhões.

O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$ 1,364 bilhão em novembro ante US$ 886 milhões em igual mês do ano passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 18,819 bilhões, valor menor do que os US$ 19,389 bilhões de igual período do ano passado.

Taxa de rolagem de empréstimos externos

O Banco Central informou também que a taxa de rolagem de empréstimos de médio e longo prazos captados no exterior ficou em 190% em novembro. Esse patamar significa que houve captação de valores mais do que suficientes para rolar compromissos das empresas no período. O resultado ficou acima do verificado em novembro do ano passado, quando a taxa havia sido de 72%.

De acordo com os números apresentados hoje pelo BC, a taxa de rolagem dos títulos de longo prazo, antes chamados de “bônus, notes e commercial papers” ficou em 310% em novembro. Em igual mês de 2015 havia sido de 154%. Já os empréstimos diretos atingiram 87% no mês passado, ante 38% de novembro do ano passado.

No acumulado do ano, a taxa de rolagem total ficou em 64%. Os títulos de longo prazo tiveram taxa de 54% e os empréstimos diretos, de 67% no período.

Dívida externa

A estimativa do Banco Central para a dívida externa brasileira em novembro é de US$ 333,799 bilhões. Segundo a instituição, 2015 terminou com uma dívida de

US$ 334,636 bilhões. No mês de outubro, ela somava US$ 338,320 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$ 267,685 bilhões em novembro, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$ 66,113 bilhões no fim do mês passado, segundo as estimativas do BC.

De acordo com a instituição, merecem destaques na dívida externa as reduções de estoque provocadas por variação cambial (US$ 2,2 bilhões) e por recuo nos preços dos títulos do governo (também US$ 2,2 bilhões).