As ações de tecnologia estão em alta em Nova York, mas investidores se questionam se o avanço recente parece o prelúdio para um eventual colapso ou o início de uma alta mais duradoura. O entusiasmos em torno da inteligência artificial ajudou a levar as ações das empresas de tecnologia a recordes este ano nos EUA.

Dados da Vanda Research mostram que o grupo investiu mais dinheiro na Tesla do que qualquer outra ação na semana passada. As apostas em opções explodiram. Os contratos mais populares negociados na sexta-feira foram apostas otimistas em Tesla, Nvidia, Advanced Micro Devices, Apple e Meta Platforms, de acordo com dados do Trade Alert.

Investidores e analistas que acreditam que o rali ainda vai longe dizem que desenvolvedores de software, fabricantes de chips e outras empresas que investem dinheiro em inteligência artificial têm potencial para estar na vanguarda de uma tecnologia que pode transformar a sociedade nos próximos anos. “Não vejo isso como 1999”, disse Dan Ives, analista sênior de pesquisa de ações da Wedbush Securities, referindo-se ao crescimento das empresas pontocom que precederam uma dolorosa liquidação do mercado no ano seguinte.

Outros são mais céticos. Eles dizem que os ciclos anteriores de altos e baixos os ensinaram que é mais difícil do que parece escolher o punhado de empresas que podem dominar um determinado setor no longo prazo. Muitos investidores não parecem mais ver o Federal Reserve como uma ameaça ao rali tecnológico. O Nasdaq Composite subiu 31% no ano, superando de longe o S&P 500, que subiu 15%. Uma possível explicação é que os investidores duvidam que o Fed continue aumentando as taxas de juros. “O mercado está basicamente dizendo: ‘Não acreditamos em você'”, disse Brad Conger, vice-diretor de investimentos da Hirtle Callaghan.

Em teoria, o Fed, estando perto de terminar com seus aumentos nas taxas de juros, deve beneficiar as empresas de tecnologia, disse Mike Loewengart, chefe de construção de portfólio modelo do escritório de investimentos globais do Morgan Stanley. Essas empresas geralmente dependem de empréstimos de grandes somas de dinheiro a taxas atraentes para alcançar um crescimento rápido, disse ele. “Quando as taxas caem, as condições começam a melhorar para nomes em crescimento”, acrescentou Loewengart.

Uma ameaça a essa linha de pensamento é que os investidores acabam se enganando ao questionar o Fed. A inflação pode não diminuir com rapidez suficiente para o gosto do banco central. Isso pode forçar o banco central a prosseguir com novos aumentos nas taxas de juros, potencialmente freando a recuperação das ações. Outra ameaça potencial ao rali depende de algo para o qual os investidores podem não ter uma resposta há algum tempo: se as empresas de tecnologia cujas avaliações dispararam este ano acabarão correspondendo às expectativas dos acionistas. Fonte: Dow Jones Newswires