Em 2020, aos 23 anos, Renan Oliveira fez seu primeiro investimento na Bolsa: comprou R$ 5 mil em ações da Cielo e da Itaúsa. Assim como Renan, trainee em um escritório de contabilidade, cada vez mais jovens brasileiros buscam a renda variável – o que levou a um “rejuvenescimento” do perfil do investidor na B3, a Bolsa brasileira.

Levantamento feito pela B3, a pedido do Estadão, mostra que a idade média do cliente pessoa física no mercado acionário nacional recuou quase 11 anos desde 2016: a idade média do investidor na Bolsa brasileira era de 48,7 anos; no fim de 2021, ficou em 37,9 anos.

Mas o que quer o investidor que busca o mercado de ações logo no início da vida financeira independente? Renan Oliveira, que consegue investir cerca de um terço de seu salário, diz que sua meta é de longo prazo. “Meu foco é ter estabilidade financeira no médio prazo e, no futuro, ter uma fonte de renda para quando eu estiver mais velho e quiser me aposentar.”

Hoje, dos 5 milhões de brasileiros com contas na B3, 62% têm menos de 40 anos. E boa parte desse “rejuvenescimento” está relacionada à entrada no mercado financeiro de um contingente de jovens que acabaram de começar a vida profissional. Um total de 600 mil brasileiros com idade até 24 anos já investe em ações, ou 12% do total.

Esse grupo foi justamente o que mais cresceu em termos porcentuais: isso porque a participação dos jovens de até 24 anos no contingente de investidores não somava sequer 1% do total há cinco anos.

Uma das razões que facilitaram o interesse desse público por papéis de empresas foi a digitalização: com boa parte das negociações migrando para a internet, a renda variável entrou na pauta dos chamados “nativos digitais”.

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Especialistas dizem, porém, ver a situação com certa cautela: investidores menos experientes podem se iludir com promessas de ganhos rápidos e que minimizam o risco inerente à Bolsa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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