Realizado na última quarta-feira, em São Paulo, o Invest Mining Summit – A força da mineração na transição energética consolidou-se como o maior evento de investimentos em mineração do Brasil. Promovido pela Agência para o Desenvolvimento e Inovação do Setor Mineral Brasileiro (ADIMB), presidida pelo geólogo Marcos André Gonçalves, pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM) e pelo IBRAM – Mineração do Brasil, o encontro reuniu autoridades, representantes do setor privado e instituições financeiras para discutir “A importância econômica da mineração no cenário de transição energética”.
O evento contou com patrocínio Master da BHP e do Itaú BBA, além de patrocínios sênior da A&M Infra & Capital Projects, Frontera Minerals, Geosol, Lefosse, Meteoric, Vale; e pleno da GE 21 Consultoria Mineral, Ígnea Geologia e Meio Ambiente, Ore Mining Investments, MGLIT, Prisma Capital, Tozzini Freire Advogados, Viridis Mining & Minerals e XP Banco de Atacado. O encontro também teve apoio institucional de entidades como ABIMAQ, ANM, BNDES, CBRR, SGB, Comissão de Direito Minerário da OAB, Apex Brasil, Ministério de Minas e Energia e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
O Invest Mining Summit 2025 buscou atrair capital para empresas júniores e ampliar a cadeia de valor do setor mineral brasileiro, colocando em pauta a necessidade de aproximar a mineração do mercado de capitais. O encontro, realizado no Auditório Baleia, na Faria Lima, discutiu mecanismos de financiamento e o papel estratégico da mineração na transição energética. Foram destacadas iniciativas governamentais e de entidades públicas como o Fundo Clima e o Fundo de Minerais Críticos.
Na abertura, Miguel Nery, coordenador da Rede Invest Mining, destacou “o caráter agregador da iniciativa e a composição plural da rede”, ressaltando que ela é formada por “entidades empresariais, por órgãos públicos, por bancos, por fundos de investimento, que buscam exatamente construir um ecossistema de atração de investimentos e aproximar investidores de empresas de mineração”. Segundo Nery, o objetivo é envolver o conjunto de atores capazes de potencializar a atividade mineral no país.
Luis Maurício Azevedo, presidente do conselho deliberativo da ABPM, reforçou que “a mineração tem que estar, a todo momento, entendendo quais são essas mudanças e oferecendo essas oportunidades”, referindo-se às transformações tecnológicas e de mercado. Ele destacou que o Brasil deixou de ser apenas exportador de commodities tradicionais, tornando-se também produtor e fornecedor de minerais críticos como lítio e terras raras, essenciais para a nova economia de baixo carbono. Para Azevedo, “queremos conduzir nossos negócios e desenvolver tecnologia”, defendendo um ambiente de liberdade econômica e estímulo ao capital privado.
Já Júlio Nery, diretor de assuntos minerários do IBRAM, ressaltou a importância de desenvolver um mercado de financiamento local, especialmente para empresas júniores. “A gente vem trabalhando em investimento junto com as entidades parceiras, nessa construção de ter um mercado de financiamento firme para mineração, principalmente empresas júniores de pesquisa mineral, que é um campo que precisa ser ampliado no Brasil”, afirmou. Segundo ele, o mercado de investimentos é essencial para que a mineração alcance seu pleno potencial para a economia nacional.
Por sua vez, Marcos André Gonçalves, presidente da ADIMB, enfatizou a relevância da colaboração entre os setores público e privado para agregar valor à cadeia mineral. “Eu acho que a gente vai ouvir falar muito em transição energética, em descarbonização, eletromobilidade, mas aqui é uma oportunidade de mostrar um pouquinho além do que nós temos, para um público tão qualificado, como possibilidade de agregar valor e atender a essa grande mudança de paradigma e até tecnológica”, destacou. Para Gonçalves, o encontro representa um espaço para apresentar alternativas que integrem novas tecnologias às atividades de mineração.
A programação contemplou painéis sobre o desenvolvimento das cadeias de minerais críticos, os projetos estratégicos em andamento, os desafios de implantação de empreendimentos e os mecanismos de financiamento voltados ao setor mineral. Também foram debatidas soluções para fortalecer o papel do Brasil na produção e fornecimento de minerais essenciais à economia de baixo carbono, reafirmando a mineração como eixo estruturante da transição energética global.