O cuidado com a alimentação deve começar na infância, e os índices provam a importância dos hábitos saudáveis desde o início da vida. Segundo divulgado pelo Ministério da Saúde em 2021, cerca de 6,4 milhões de crianças têm excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade.

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Em qualquer idade, o excesso de peso pode promover a obesidade e, consequentemente, predispor a diferentes doenças, como diabetes, hipertensão, inflamações e até alguns tipos de câncer. Portanto, prevenir essas condições ainda na infância é essencial para qualidade de vida.

Para os pais e responsáveis, em especial de crianças que já estão acima do peso ou sofrem de obesidade infantil, pensar em uma alternativa pode ser uma tarefa difícil. Afinal, crianças podem fazer dieta? A nutricionista Beatriz Saramago, da Jornada Mima, healthtech carioca especializada em alimentação para a primeira infância, esclarece o assunto. 

Dicas para introduzir a alimentação saudável em crianças

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A especialista observa que “é mais difícil inserir bons hábitos a uma criança que não foi acostumada com isso, mas não é impossível”. Ela garante ser preciso reeducar o paladar, reforçando sempre ao menor que uma alimentação saudável pode ser prazerosa

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Os bons exemplos dos responsáveis são fundamentais nesse momento. “Se os pais mudarem toda a sua forma de se alimentar em casa, a criança automaticamente também vai mudar. E precisamos desmitificar que o alimento saudável não é saboroso. Só explicar não adianta, mostrar atitudes é mais importante”, garante Beatriz. 

É preciso estimular a consciência da criança sobre a alimentação saudável, explicando a ela que os novos hábitos promoverão mais energia e disposição para brincar, estudar e passear, por exemplo.

Alimentação divertida

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Se nunca houve esse tipo de hábito em casa ou se a criança não o aceita, paciência e criatividade são as palavras-chave. A nutricionista reitera que não é preciso forçar o menor a comer algo que ele não quer, e é nesse momento que o diálogo e a imaginação entram em ação. 

Planejar pratos coloridos, “divertidos” e substituir os alimentos não saudáveis por opções conscientes auxiliam no processo. “Iogurte com sabor pode ser feito com a versão natural com frutas de verdade, assim como picolés de frutas batidos com iogurte natural. Hambúrgueres, tentar cozinhar a sua versão em casa, sem optar para os fast foods”, exemplifica a especialista.

Quando a criança entende que certos alimentos não são proibidos, e sim não saudáveis, ela faz escolhas certas. Beatriz completa: “Se tem hábitos saudáveis e a família também, dificilmente a criança fará questão de alimentos que provar fora desse contexto, porque não terá sentido para ela”. 

Restrição pode gerar transtornos alimentares. “O equilíbrio é fundamental”, destaca a nutricionista. Portanto, o conjunto de manter uma alimentação balanceada e incentivar a prática de atividades físicas é a melhor opção para o desenvolvimento saudável.

Para crianças com sobrepeso ou obesidade, é indispensável o trabalho multidisciplinar com médicos, psicólogos e nutricionistas.


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