O Ministério da Saúde informou neste domingo, 5, que o Brasil tem 209 notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica, sendo 16 casos confirmados e 193 em investigação.
São Paulo lidera, com 192 registros (14 confirmados e 178 em investigação). Duas pessoas morreram no estado após ingerir a substância e 41 foram presas por suspeita de adulteração criminosa de bebidas.
Ao todo, 13 estados têm casos notificados: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará.
Entre casos confirmados e sob investigação, 15 óbitos foram registrados na crise do metanol.
As 15 mortes
- 7 em São Paulo (2 confirmados);
- 3 em Pernambuco;
- 1 no Mato Grosso do Sul;
- 1 na Paraíba;
- 1 no Ceará.
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A crise do metanol
O Ministério da Saúde anunciou a compra de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico, que serão distribuídas para os Centros de Referência de Toxicologia espalhados pelo país, e 2.500 tratamentos de Fomepizol, outro antídoto para o metanol, com o objetivo de conter o surto de intoxicações no país.
O ministro Alexandre Padilha classificou o cenário atual como “anormal” e recomendou que a população não consuma bebidas alcoólicas até a regularização da situação. Os casos registrados ocorreram após o consumo de vodka, gin e whisky.
Os órgãos de vigilância sanitária recomendam a bares, empresas e demais estabelecimentos que comercializam bebidas que redobrem a atenção quanto à procedência dos produtos. Aos consumidores, a orientação é para não adquirir substâncias sem rótulo, lacre de segurança e selo fiscal até segunda ordem.
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Em entrevista à IstoÉ, o ex-Secretário Nacional do Consumidor e ex-Presidente do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, Arthur Rollo, afirmou que “todo tipo de estabelecimento oferece um risco ao consumidor” até que a situação seja regularizada.
“O consumidor não tem qualificação para identificar se os lacres ou selos de conformidade estão adulterados. Enquanto isso não estiver devidamente verificado, os consumidores não estão seguros, seja para comprar em um supermercado, adega, bar ou restaurante”, disse.
O gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, Luis Penna, recomendou a interrupção no consumo de bebidas também para evitar o aumento no número de atendimentos hospitalares e internações. Segundo o médico, a agilidade na identificação e tratamento é fundamental para tratar a intoxicação por metanol.