São Paulo, 9/5 – A INTL FCStone diminuiu nesta terça-feira, 9, sua estimativa para o déficit global de açúcar na safra 2016/17, iniciada em outubro. A previsão passou de 8,5 milhões de toneladas em fevereiro para 8,1 milhões de toneladas agora e leva em consideração a perspectiva de uma menor demanda. A projeção da consultoria para o consumo do alimento variou de 184,9 milhões de toneladas para 183,6 milhões de toneladas.

Em nota, a consultoria diz que os principais consumidores responsáveis pelo recuo na demanda pelo adoçante foram Índia e Brasil, embora por motivos muito distintos. No caso da Índia, a quebra das últimas duas safras de cana, em virtude da escassez de chuvas nos principais Estados produtores, culminou com o aumento expressivo dos preços domésticos do adoçante.

Além disso, a desmonetização implementada pelo governo indiano no fim de 2016 reduziu drasticamente a disponibilidade de papel moeda e, mesmo que temporariamente, o poder de compra da população, o que acabou contribuindo para a redução nas compras de açúcar.

Para o Brasil, a recessão econômica nos últimos dois anos teve “grande impacto” na atividade de todos os setores da economia e, consequentemente, no consumo de bens e serviços. “Em comportamento semelhante às demais commodities, a procura por açúcar também apresentou retração, provocando impacto significativo na demanda global, o que é potencializado por causa do elevado consumo per capita desse produto no Brasil”, explicou, no relatório, o analista João Paulo Botelho.

Já pelo lado da oferta, a INTL FCStone destaca que as projeções foram ajustadas para Tailândia, Estados Unidos, México e Brasil. Para a Tailândia, a INTL FCStone aumentou em 6,1% sua estimativa de produção em relação à publicação anterior em virtude da produtividade agrícola melhor do que a esperada. Já para os dois países da América do Norte, a produção projetada foi reduzida em 4,3%, no caso dos EUA, e em 1,8%, para o México.

Já na região Norte-Nordeste do Brasil, o volume produzido foi reduzido para pouco mais de 3,1 milhões de toneladas, recuo de 2,3% em comparação com a projeção anterior. A retração deve-se principalmente à escassez de chuvas ao longo do ciclo, condição desfavorável para a produtividade dos canaviais, explicou a consultoria.

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