São Paulo, 17 – O terceiro trimestre, que antecede o início da safra global de cacau, deverá ser marcado por volatilidade nos preços da commodity. Segundo análise da consultoria INTL FCStone, os próximos meses serão carregados de incertezas e especulações acerca do ciclo de 2018/19, enquanto ainda não estiverem claras as perspectivas sobre saldo global de produção e a relação entre estoque e processamento.

“Acreditamos que os preços passarão a refletir as expectativas para a próxima temporada, ainda bastantes discrepantes”, avalia o analista de mercado do grupo, Fábio Rezende. O consumo de cacau deve se manter aquecido no restante do ano, mas a produção também pode apresentar resultados confortáveis, o que acarreta um maior aperto no balanço de oferta e demanda de curto prazo.

A consultoria destaca a probabilidade de ocorrência de El Niño durante o quarto trimestre de 2018, primeiros meses da temporada 2018/19. Com base em dados do Instituto Internacional de Pesquisa para Clima e Sociedade (IRI/CPC, na sigla em inglês), a FCStone informa que há 63% de chance do fenômeno climático ocorrer entre outubro e dezembro. “Historicamente, episódios de El Niño durante esse período estiveram relacionados a quedas na produção de cacau”, lembra o relatório.

De acordo com as análises climáticas da consultoria, um aquecimento do oceano em 0,8ºC acima da média, como é previsto, se associa a uma redução de 70 mil toneladas na produção mundial de cacau em relação à sua tendência em anos de clima convencional. Caso isto se consolide, o ciclo de 2018/19 pode ter produção 178 mil toneladas menor ante a safra de 2017/18, estimada em 4,587 milhões de tonelada pela Organização Internacional de Cacau (ICCO).


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