São Paulo, 23/1 – A consultoria INTL Fcstone afirma, em relatório divulgado nesta segunda-feira, 23, que a área plantada com soja no Brasil nesta safra 2016/17 apresenta o maior estresse hídrico desde o ciclo 2011/12. A consultoria comparou a precipitação acumulada em 210 municípios, que representam 70% da área total de plantio da cultura em todo o País. Dessa amostra, em 15,7% as chuvas estão 30% abaixo da média histórica, passando por algum tipo de estresse hídrico. “Esse é a maior porcentagem de área afetada desde o ciclo 2011/12 (que ficou marcado pela forte estiagem na região Sul do Brasil). Indo além, 7,5% da área registrou nível de chuvas ao menos 40% mais baixo do que o esperado, mais que o dobro do verificado nas quatro safras anteriores”, afirmou, em nota o diretor de Inteligência de Mercado da INTL FCStone, Thadeu Silva. Segundo a consultoria, a parte sul de Mato Grosso do Sul, noroeste do Paraná e oeste de São Paulo tiveram volume de chuvas bastante reduzidos entre outubro e novembro, afetando as fases iniciais de desenvolvimento – algumas lavouras chegaram a ser abandonadas. Entre dezembro e janeiro as precipitações na região foram mais próximas ao normal, mas é esperado um reflexo sobretudo no número de vagens, afirma a FCStone. A área total afetada responde por cerca de 5% do Brasil e as lavouras afetadas estão na fase final de desenvolvimento e devem ser colhidas até o meio de fevereiro. Já o sul goiano sofreu com chuvas irregulares entre outubro e dezembro, afetando as lavouras no fim da fase de desenvolvimento e início da floração, abrangendo quase 2% da área plantada do Brasil. “É preciso destacar que o desvio na precipitação é mais moderado que nas outras regiões analisadas. A maioria das lavouras se encontra no enchimento de grãos e as precipitações nas próximas semanas são chave para a recuperação parcial”, diz a consultoria. Sobre o oeste da Bahia, a estiagem que começou em dezembro persiste até hoje, e deve afetar também áreas do leste do Tocantins e sul do Piauí. “Ainda restam pelo menos dois meses para a colheita e pode haver recuperação parcial. A previsão para as próximas duas semanas é de bons níveis de chuvas nas áreas afetadas, acima de 100 milímetros”, resume Thadeu Silva.