A intervenção no maior banco privado da Venezuela por suposta cumplicidade em ataques contra a moeda local é uma “decisão política”, garantiu nesta sexta-feira (4) o presidente do Banesco Grupo Financiero Internacional, Juan Carlos Escotet.
“É uma decisão exclusivamente política, tomada no afã de querer distrair a opinião pública dos graves problemas que os venezuelanos vivemos”, afirmou Escotet, em um vídeo publicado no Twitter.
O empresário também explicou em uma carta que viajou à Venezuela para “responder às perguntas das autoridades”, um dia depois de o governo assumir por 90 dias o controle da entidade, com presença em Estados Unidos, Panamá, República Dominicana e Espanha.
Antes dessa medida, o presidente do Banesco Venezuela, Óscar Doval, e outros dez diretores foram presos acusados de facilitar ou acobertar “ataques” contra o bolívar através da saída de papel moeda para outros países e da especulação com o preço do dólar no mercado negro.
O Banesco e seu novo conselho administrativo – designado pelo governo – escreveram na conta do Twitter do banco que suas atividades em todo o país “se desenvolvem com absoluta normalidade”.
Escotet garantiu que o Banesco cumpriu com a entrega de informações requerida pelas autoridades e afirmou que o problema do sistema financeiro venezuelano é a hiperinflação, que não foi originada pelo banco.
“O problema é a escassez de papel moeda, associada a um mercado que tenta proteger seus bens adquirindo dólares”, resumiu.