Intérprete da assassina de Odete na 1ª versão de ‘Vale Tudo’ protagonizou polêmicas

Cássia Kis deu vida a Leila no folhetim original, de 1988; relembre momentos em que a atriz se envolveu em casos que geraram repercussão

Imagem/Divulgação.
Cássia Kis. Foto: Imagem/Divulgação.

Quem matou a Odete Roitman do remake de Manuela Dias, vivida por Debora Bloch, é uma incógnita que deve se arrastar até o capítulo final, que vai ao ar no próximo dia 17. Mas, a assassina da versão original de “Vale Tudo”, de Gilberto Braga (1941-2021), exibida em 1988, está na memória do telespectador desde que o mistério foi revelado. Se na ficção o público ficou surpreso ao descobrir que foi Leila, personagem de Cássia Kis, foi a pessoa responsável por mandar a vilã vivida por Beatriz Segall (1926-2018) dessa para melhor, na vida real, a atriz seguiu protagonizando polêmicas longe dos folhetins

Entre demonstrações de homofobia, discussões políticas e embates com populares em estabelecimentos, muitos foram os casos envolvendo a artista que geraram repercussão na mídia. Nem mesmo os colegas de profissão ficaram de fora das polêmicas com a atriz. 


Bate-boca em estabelecimento comercial

Cássia Kis protagonizou uma polêmica ao ver mulheres de biquíni em um supermercado, em janeiro de 2025, na zona oeste do Rio de Janeiro. Tudo aconteceu quando um grupo havia saído da praia e foi até o estabelecimento fazer algumas compras. As jovens de biquíni foram abordadas pela atriz.

“Olha, não pode andar assim no supermercado, isso é uma falta de respeito”, disparou Cássia. O momento foi registrado em vídeo e as imagens viralizaram nas redes sociais.

Homofobia

Em outubro de 2022, Cássia Kis gerou reação por falas consideradas homofóbicas, durante uma live com a jornalista Leda Nagle. Ela declarou ser católica e que as relações homoafetivas estão “destruindo a família”. Na ocasião, ela disse que a pandemia foi “maravilhosa” para ela.

A atriz disse, ainda, que as “famílias tradicionais” estão ameaçadas pela “ideologia de gênero”, chegando a afirmar que algumas escolas possuem um “beijódromo” para as crianças se relacionarem, porém sem apresentar qualquer prova da existência de um local como esse.

As declarações geraram reação da também atriz Lúcia Veríssimo, que compartilhou uma foto em que as duas aparecem dando um beijo na boca.

“Que sigamos sem hipocrisia e falso moralismo. Sim, foi de verdade esse beijo. Sim, é a Cássia Kis quem está me beijando”, escreveu ela na legenda.

A atriz virou ré dois anos depois, em outubro de 2024, após a Justiça aceitar denúncia por homofobia na live.

Cássia Kis teria sido expulsa do condomínio onde morava no interior de São Paulo também por ato homofóbico, em novembro de 2022. Segundo o site “Notícias da TV” na ocasião, houve uma votação e a decisão foi tomada pela maioria.

Política

Apoiadora declarada de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, a atriz levantou a bandeira da “família tradicional brasileira”. No final daquele ano, em meio aos atos contra o resultado da eleição presidencial, com Lula vitorioso, se uniu a grupos de manifestantes que pediam intervenção do Militar.

Desentendimento com colegas nos bastidores de novela

A postura da atriz Cássia Kis incomodou colegas de trabalho. Na ocasião das eleições, ela gravou “Travessia”, novela de Glória Perez exibida no horário das 21h da Globo. Em novembro de 2022, funcionários da emissora prestaram denúncias contra ela, incluindo atores, diretores, produtores e roteiristas. As queixas iam desde homofobia a declarações polêmicas e inadequadas ao ambiente de trabalho.

Colegas chegaram a reunir em um grupo de WhatsApp atitudes desagradáveis da atriz, como situações em que ela teria cometido homofobia e até assédio moral. Em um dos casos relatados, Cássia Kis teria pedido a uma camareira que orasse para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não vencer as eleições de 2022.

Aborto

Em meio às manifestações em defesa da “família tradicional brasileira” por parte de Cássia Kis, foram resgatadas declarações antigas da atriz em que ela admite ter feito um aborto. Ela foi uma das 80 mulheres que assumiram, em entrevista para a revista Veja, em agosto de 1997, ter feito a interrupção da gestação, tema que era um tabu naquela época. Cássia, então com 39 anos, afirmou que “o aborto, em qualquer circunstância, é um crime”.

Após o resgate da matéria, a atriz passou a se dizer arrependida e que é contra o aborto. Na entrevista com Leda Nagle, a mesma em que proferiu discurso considerado hhomofóbiico, Cássia falou sobre o assunto.

“Para esses jovens, fazer um aborto, tomar uma pílula do dia seguinte, um anticoncepcional, é muito fácil, porque eles não têm a referência do bebê. Isso é grave”, disparou ela na ocasião.