O corpo de uma mulher com uma flor tatuada, encontrado em um rio da Antuérpia em 1992, correspondia ao de uma britânica, anunciou a Interpol após 31 anos nesta terça-feira (14).
Rita Roberts pôde ser identificada, graças a uma “flor preta tatuada em seu antebraço esquerdo, com folhas verdes e a palavra ‘R Nick’ inscrita abaixo”, segundo um comunicado da organização internacional de cooperação policial, com sede em Lyon (região central da França).
“Um membro de sua família no Reino Unido reconheceu a tatuagem e notificou a Interpol e as autoridades belgas pelo site ‘Identify Me'”, explica.
Essa campanha inédita, lançada pela Interpol em maio, apela ao público em geral para ajudar a identificar os corpos de 22 mulheres recuperados ao longo de várias décadas na Alemanha, Bélgica e Holanda – incluindo o de Rita Roberts – e conseguir avançar nas investigações sobre esses casos não resolvidos.
A Interpol publica em seu site e em suas redes sociais uma seleção de informações, até então reservadas para uso interno, dedicadas à identificação de restos mortais humanos.
Já foram recolhidas cerca de “1.250 contribuições do público”, mas Rita Roberts é a primeira a ser identificada graças ao programa.
Seus familiares foram à Bélgica e a “identificaram formalmente”, aponta a Interpol.
A jovem havia saído de Cardiff para a Antuérpia em fevereiro de 1992. O último sinal de vida recebido por sua família é um cartão postal datado de 6 de maio, segundo a polícia belga. Tinha, à época, 31 anos.
Em 3 de junho, um corpo foi encontrado no rio “Het Groot Schijn”. A vítima, segundo a polícia belga, “morreu de morte violenta”.
Sua tatuagem chamou atenção, mas nada permitiu identificá-la.
“Depois de 31 anos, uma mulher morta, não identificada, pôde recuperar sua identidade e sua família pôde seguir adiante”, destaca o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stockk.