Cardeais da Igreja Católica admitiram nesta quinta-feira (20) que cogitam a hipótese de o papa Francisco, internado há quase uma semana devido a uma pneumonia nos dois pulmões, renunciar ao cargo por motivos de saúde.
“Tudo é possível”, declarou o arcebispo de Marselha, cardeal Jean-Marc Aveline, ao ser questionado sobre a possibilidade durante uma coletiva de imprensa no Vaticano.
“Acompanhamos tudo com certa inquietação”, acrescentou o prelado francês. Já o arcebispo de Barcelona, cardeal Juan José Omella, afirmou que não é “profeta”, mas que as normas “preveem” a possibilidade de renúncia.
Por sua vez, o cardeal italiano Gianfranco Ravasi disse acreditar que o Papa “possa renunciar porque é uma pessoa bastante decidida em suas escolhas”.
“Ele sempre teve a tendência de combater e reagir, e essa é uma escolha legítima, porque ele conseguiu enfrentar até viagens em condições absolutamente difíceis, como ao Extremo Oriente.
Mas não há dúvidas de que se ele se encontrar em uma situação na qual sua possibilidade de ter contatos diretos, como ele ama fazer, estiver comprometida, então acredito que ele poderia decidir renunciar”, afirmou o prelado à rádio RTL 102.5.
Francisco já revelou que deixou pronta uma carta de renúncia logo no início de seu pontificado, no caso de um problema de saúde impedir que ele continue no pleno exercício do cargo. Além disso, o pontífice disse em um livro publicado no ano passado que a possibilidade de ele um dia deixar voluntariamente o trono de Pedro era “real”, embora não sentisse “necessidade” naquele momento.