Internada no Rio de Janeiro, atriz Lúcia Alves luta contra câncer no pâncreas

A veterana deu entrada na unidade médica na última segunda-feira e permanece sedada e intubada

Atriz Lúcia Alves é internada em estado grave no Rio de Janeiro
Atriz Lúcia Alves é internada em estado grave no Rio de Janeiro Foto: Reprodução

Lúcia Alves, de 76 anos, atriz que fez diversas novelas da Globo, segue internada em estado grave no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. Ela luta contra um câncer no pâncreas. A veterana deu entrada na unidade médica na última segunda-feira e permanece sedada e intubada.

Lúcia Alves está afastada da TV desde 2015. Em março deste ano, quando a novela Helena (Globo, 1975) foi disponibilizada no Globoplay, Lúcia deu uma entrevista ao jornal O Globo e afirmou não ter mais vontade de atuar em novelas.

A artista, que leva uma vida reclusa, participou, em 2023, do podcast Papagaio Falante e comentou sobre o seu estado de saúde: “No meu tratamento, eu tomo uma cervejinha. Adoro. Antigamente, eu até bebia umas coisas mais pesadas, agora não. A cerveja não embebeda. Não fico contando: ‘passei mais um dia, passei mais outro’. Não tenho medo de morrer”, disse na ocasião.

Lúcia estreou na televisão na novela Enquanto Houver Estrelas, da TV Tupi, em 1969. No mesmo ano, entrou na TV Globo para interpretar Geralda no folhetim Verão Vermelho.

Em seu currículo também constam novelas como Ti Ti Ti (1985), Mulher (1998), O Cravo e a Rosa (2000) e Sob Nova Direção (2004–2007). Nas telonas, esteve no elenco de Lua Cheia (1989) e Bendito Fruto (2004).

Câncer no pâncreas

Nem todos os tumores no pâncreas são cânceres. Alguns são benignos — ou seja, não se espalham e não oferecem grandes riscos —, enquanto outros podem ser malignos, com o potencial de se espalhar para outros órgãos, configurando o câncer.

O câncer de pâncreas é uma doença silenciosa e agressiva. Seus sintomas são frequentemente confundidos com os de outras condições e, por isso, o diagnóstico costuma ser tardio, permitindo que o quadro evolua para estágios mais graves antes de qualquer intervenção, o que eleva a taxa de mortalidade.

Como diagnosticar?

O diagnóstico é feito por meio de exames de imagem, principalmente a ressonância magnética, que chamamos de colângio-pancreatografia. Também é possível identificar essas lesões pancreáticas em tomografias de abdômen e ultrassonografias abdominais. Quando se identifica uma lesão pancreática, é necessária uma biópsia para confirmar o diagnóstico definitivo. Nesse processo, retira-se uma amostra da lesão e envia-se para análise no estudo anátomo-patológico, realizado por um patologista ao microscópio.

Para pacientes com mutações genéticas, é importante realizar o rastreamento dessas mutações nos familiares e, ocasionalmente, realizar exames de check-up periódicos.

Não existe um check-up, ou screening, recomendado para a população em geral, sendo essa recomendação restrita a pacientes com determinadas mutações genéticas.

Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores serão as taxas de cura. Uma vez diagnosticado o adenocarcinoma de pâncreas, o próximo passo é realizar o estadiamento para determinar se a doença está localizada ou se já se espalhou pelo corpo.

Outros sintomas incluem fraqueza, perda de apetite, perda significativa de peso, náuseas, vômitos e, nas fases mais avançadas, distensão abdominal.

Tratamento

Infelizmente, o câncer de pâncreas ainda apresenta altas taxas de mortalidade, apesar dos tratamentos disponíveis. Isso ocorre devido ao entupimento do canal da bile, o que impede a bilirrubina de ser eliminada pelo intestino, causando seu acúmulo no sangue.

Alguns casos exigem radioterapia complementar após o tratamento com quimioterapia e cirurgia.

Para lesões mais iniciais, a cirurgia é indicada, podendo ser uma ressecção da região da cabeça do pâncreas, nos tumores que acometem essa área, procedimento conhecido como duodenopancreatectomia. Para tumores nas regiões do corpo e cauda do pâncreas, pode ser realizada uma pancreatectomia distal.

Nos casos mais avançados de câncer de pâncreas, o tratamento começa com medicamentos à base de quimioterapia neoadjuvante, visando reduzir o tamanho da lesão e facilitar a cirurgia.

Chance de cura

  • Mais de 80% dos pacientes com câncer de pâncreas são diagnosticados na fase avançada, o que reduz consideravelmente a chance de cura.
  • Cerca de 90% dos pacientes com câncer de pâncreas falecem em até 5 anos, resultando em uma taxa global de cura de aproximadamente 10%.