A ideia de que a população com mais de 60 anos quer mais do que plano de saúde e cruzeiro de navio quando se aposenta foi comprovada pela operadora de turismo CVC. Em 2015, a empresa decidiu apostar em viagens de intercâmbio para aprendizagem de idiomas e criou roteiros para um público com idade entre 18 e 24 anos, mas descobriu que os programas foram muito procurados pelos clientes com mais de 50.

“Para minha surpresa, os clientes com mais de 50 anos representaram 8% das vendas de intercâmbio”, contou Santuza Bicalho, diretora da Unidade de Intercâmbio do Grupo CVC.

Para entender melhor o que se passava, a executiva começou a ligar para as lojas onde as vendas dos pacotes tinham sido feitas. Os clientes relataram que, quando jovens, não tiveram condições de fazer um intercâmbio e agora estavam realizando um sonho antigo. Além disso, a ideia de passar várias semanas numa mesma cidade, aprendendo uma língua e morando numa casa de família atraía esse público.

Santuza contou que a maior surpresa ocorreu quando a operadora vendeu uma viagem de intercâmbio de três semanas para o Havaí (EUA) para duas senhoras na faixa dos 70 anos que moravam em Brasília. Além do curso de inglês, o programa incluía surfar nas ondas do Pacífico.

Apesar da crise, a procura de intercâmbio por quem tem mais de 50 anos vem se mantendo, disse Santuza. “A crise não abalou o mercado porque pessoas mais velhas têm um comportamento anticíclico.”

Até mesmo a perda de emprego acaba funcionando como impulso para viagens de intercâmbio para o público mais velho, pois funcionam como um programa de reciclagem profissional. “Esse é um filão que pode ser muito explorado”, disse Santuza. Apesar de 80% do clientes demandarem curso de inglês, a operadora criou roteiros que envolvem ioga, fotografia e degustação de vinhos.

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