28/09/2022 - 8:46
O bom desempenho no futebol não é o único objetivo do Internacional. Fora de campo, o clube gaúcho se preocupa com o futuro. A equipe migrou o abastecimento da rede elétrica do estádio Beira-Rio para o que é conhecido tecnicamente como “mercado livre de energia”, ou também Ambiente de Contratação Livre (ACL).
Com isso, foram economizados aproximadamente R$ 3 milhões em três anos, já que o Internacional deixou de emitir cerca de mil toneladas de carbono ao optar por energia limpa.
“Dentro deste processo, que já vem de alguns anos, é possível priorizar as fontes renováveis com utilização de energia incentivada, que inclui biomassa, eólica e fotovoltaica, além de poder escolher o fornecedor e negociar da melhor maneira as condições de compras”, explicou o vice-presidente de administração e patrimônio, Victor Grunberg.
As quase mil toneladas que deixaram de ser emitidas pelo Internacional representam, em números, uma média de 4.500 mil novas árvores plantadas, 5000 mil viagens de avião entre Porto Alegre e Salvador, 380 mil litros de óleo diesel consumido por um gerador de energia elétrica e quase 7 milhões de quilômetros percorridos por um automóvel a gasolina.
O clube não deve parar por aí. A ideia é que esse aproveitamento por meio de energia limpa seja amplificada, com possibilidade de ser estendida para outras áreas. “Queremos englobar tudo, como o futuro centro de treinamento do Guaíba, por exemplo. Dessa forma, devemos necessitar de algo que chamamos de uma usina fotovoltaica, algo que está dentro de nossas pautas”, completou Grunberg.
“O Internacional se alinha a um esforço mundial de redução das emissões de carbono. Essa iniciativa de um clube de futebol já vem sendo praticada por outras agremiações, em alguns estádios de futebol. Uma curiosidade é que o primeiro consumidor conectado a energia solar no Brasil foi exatamente um estádio de futebol, o estádio de Pituaçu, em Salvador, na Bahia, em 2012. Hoje, já se passaram 10 anos dessa iniciativa”, analisou Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa focada em mobilidade elétrica.
COPA SUSTENTÁVEL NO CATAR
A menos de 60 dias para o início da Copa do Mundo do Catar, a promessa do Comitê Supremo para Entrega e Legado é de entregar uma competição neutra em emissões de carbono. A principal intenção dos organizadores era anular os gases do efeito estufa, minimizando a ação do gás carbônico (CO2). De acordo com essas normas, todos os projetos de infraestrutura, incluindo os oito estádios que serão utilizados no evento, devem atender a padrões de sustentabilidade.
Um deles, por exemplo, é feito de contêineres – o estádio 974 -, a custo mais baixo, que será desmontado após a competição. Já o Lusail também é visto como referência, visto que utiliza energia solar necessária para o crescimento do gramado, além de um telhado que protege do vento quente, típico da região.
Mais um ponto importante é quanto é a utilização de 40 a 50% de iluminação LED, capacidade de conservação da água até 40% maior do que o normal, e sistema de resfriamento.
Tudo foi pensado desta maneira. As estradas foram construídas do zero, e mais de 100 hotéis foram feitos exclusivamente para o torneio. A redução das emissões de carbono também foi pensada em torno da mobilidade urbana, já que o Catar, por ser um país compacto, vai eliminar a alta quantidade de viagens e possibilitará a eliminação ou redução de carbono das viagens aéreas domésticas.
Especificamente nesta Copa, os torcedores vão ficar em uma acomodação só durante o torneio. Como a maior distância entre as acomodações e os estádios é de apenas 75 km, os torcedores terão a oportunidade de assistir a pelo menos dois jogos em um único dia durante a fase de grupos. Para isso, cinco dos estádios vão estar conectados ao Metrô de Doha e os outros três serão acessíveis por meio de ônibus de conexão.
“O mercado livre de energia tem permitido economias entre 10% e 25% para a grande maioria dos consumidores que opta por esta iniciativa”, finalizou o Ricardo David, da Elev.