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Por Gilson Magalhães*

A sutileza entre a sabedoria e a inteligência é o que faz a diferença entre erros e acertos nas relações humanas, principalmente dentro do ambiente de negócios. Se por um lado o conhecimento é fundamental para chegar a conclusões e tomar decisões importantes, por outro, saber o momento certo e a forma adequada de agir pode literalmente distinguir conquistas de fracassos em várias situações.

Desde o primeiro livro impresso na história por Johannes Gutenberg, no século XV até aqui, evoluímos para uma sociedade processual, cujo desenvolvimento é delimitado por regras e normas estabelecidas, em muitas ocasiões com base em fatores que transcendem a lógica e a razão, envolvendo condições primordialmente humanas, como perfis comportamentais, emoções e sentimentos voláteis e imprevisíveis.

As conquistas do discernimento cognitivo ao longo do tempo nos permitiram reconhecer a inteligência para além do intelecto humano, por meio de recursos computacionais externos, derrubando premissas e paradigmas antigos, a ponto de hoje ser necessário reexplorar o próprio significado da retórica. Se a computação pode ser considerada uma “bicicleta para a mente”, como Steve Jobs propôs na década de 1980, a inteligência artificial, por outro lado, agora oferece o potencial de expandir a imaginação e a originalidade humanas a um nível sem precedentes.

Modelos de aprendizagem profunda alcançaram o patamar necessário para viabilizar uma inteligência artificial generativa, capaz de não apenas classificar, mas criar informações originais a partir de grandes volumes de dados. Tão importante quanto o surgimento dos computadores e da internet, a IA generativa oferece a oportunidade única de aumentar a criatividade humana e superar os obstáculos para a democratização da inovação, como concordam especialistas da Harvard Business Review.

Essa popularização da tecnologia promete reinventar a forma como o trabalho é feito e pensando, melhorando processos, ampliando o acesso a informações e competências em todas as funções e posições de negócios, inclusive as não técnicas. Ao gerar textos, imagens e outros conteúdos de alta qualidade a partir das informações presentes em seu treinamento, a IA generativa, que vem impulsionando a revolução da IA, pode democratizar o acesso ao conhecimento e a habilidades humanas.

Liberando todo o potencial da IA

De acordo com o Gartner, um terço das organizações está aplicando IA em diversas unidades de negócios. A perspectiva é de que, até 2026, mais de 80% das empresas terão usado APIs e modelos de IA generativos e/ou implantado aplicativos habilitados para IA generativa em ambientes de produção, contra menos de 5% em 2023.

A IA generativa se baseia em modelos básicos de linguagem que proporcionam benefícios reais e tangíveis às empresas, porém ainda exigem investimento em treinamento e certos ajustes finos para atender às necessidades específicas de cada companhia. Para torná-los mais precisos, o open source se destaca nessa transformação, fornecendo consistência de infraestrutura em treinamento, implantação e inferência para liberar o potencial da IA.

Ao proporcionar consistência, facilidade de uso e opções de implantação da nuvem até a edge, as plataformas de código aberto proporcionam todo o aparato necessário para colocar a IA para trabalhar em prol de diferentes propósitos e objetivos, ajudando negócios a assumir o controle do seu futuro.

O advento da inteligência artificial generativa, é sem dúvidas, a chave para que nos libertemos de uma sociedade processual. Mas isso não irá eliminar espontaneamente a necessidade de sabedoria para conseguir superar os obstáculos mais difíceis.

A sapiência ocupa um lugar especial no raciocínio humano, nos define como espécie, sendo crucial para articular novas ferramentas, inovando com o suporte do open source. Sua importância é tão vasta e complexa que faz necessário uma reflexão sobre seu verdadeiro valor em setores e indústrias cada vez mais saturadas pela complexidade crescente dos desafios analíticos.

*Gilson Magalhães é presidente da Red Hat Brasil e VP de Vendas Enterprise para a Red Hat América Latina