A influenciadora Ana Paula Siebert e o empresário Roberto Justus usaram as redes sociais na noite do último domingo, 6, para falar sobre algumas mensagens de ódio direcionadas à filha deles, Vicky, de cinco anos. Tudo começou após Ana Paula compartilhar algumas fotos em que os três aparecem com looks combinando, nas cores azul e branco. Mas o que chamou a atenção foi a bolsa da menina, da Fendi, que pode ser encontrada em lojas online por R$ 14 mil.
As fotos e o valor da bolsa viralizaram na internet e, dentre os diversos comentários, alguns incitavam a violência. “Só guilhotina”, escreveu um usuário do X, o antigo Twitter.
Assim que descobriram os ataques, Siebert e Justus decidiram acionar sua equipe jurídica para tomar as devidas providências. Os dois, então, gravaram um vídeo para repudiar o ocorrido e revelar a decisão que tomaram.
“(…) Falaram que tinha que matar a nossa filha com guilhotina… Gente, o que é isso que está acontecendo no Brasil?”, disparou o empresário. “Instigar a morte, o ódio, é uma coisa inaceitável. Tem coisas que são inaceitáveis”, disse Ana Paula, ressaltando que não se incomoda quando comentam que não gostam de seus looks.
“A gente nunca ligou para críticas, até porque elas são muito poucas, graças a Deus, mas, desta vez, nós vamos atrás dos nossos direitos, até para dar um exemplo. Eu já acionei todo o corpo jurídico, não vou aceitar ameaça à minha família, que a gente sabe que é ridícula e não tem o menor cabimento”, acrescentou Justus.
“Poucas vezes nos posicionamos em virtude de críticas ou comentários desagradáveis. Mas instigar a morte e a violência não é aceitável e não pode se tornar ‘normal’. Ontem, na rede social X, ameaças começaram após a publicação de uma foto nossa em família aqui no Instagram… Agradecemos as centenas de mensagens que recebemos e não vamos aceitar esse tipo de posicionamento, seja de quem for…”, escreveram na legenda.
Assista ao vídeo:
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A recente exposição pública de ataques violentos dirigidos à filha de cinco anos do empresário Roberto Justus e da influenciadora Ana Paula Siebert, após a menina aparecer usando uma bolsa de luxo, acende um alerta urgente sobre os rumos da nossa sociedade. As mensagens incluíram críticas severas e até desejos de morte, como a frase: “Só guilhotina resolve”. Diante da repercussão, o casal se pronunciou, afirmando que não aceitará esse tipo de violência e que já tomou as devidas medidas legais.
Para Telma Abrahão, biomédica, especialista em neurociência e desenvolvimento infantil, e autora de best-sellers sobre educação e saúde emocional, o episódio escancara uma tendência perigosa: a normalização do discurso de ódio direcionado à infância.
“Não se trata de concordar ou discordar do estilo de vida da família. O que está em jogo é a integridade emocional e simbólica de uma criança. A sociedade está adoecendo a ponto de projetar frustrações e ressentimentos em quem deveria ser protegido acima de qualquer coisa: as crianças”, afirma Telma à IstoÉ Gente.
Segundo a especialista, há um fenômeno crescente de desumanização da infância nas redes sociais, onde crianças são julgadas e atacadas como se fossem figuras públicas, responsáveis por decisões que obviamente não cabem a elas.
“O que estamos ensinando às próximas gerações? Que vale tudo em nome da opinião? Que crianças podem ser atacadas como adultos? Estamos perdendo o limite do aceitável”, acrescenta.
Telma Abrahão atua há mais de 15 anos com prevenção de traumas e educação emocional, impactando famílias e profissionais da saúde em diversos países. Para ela, é urgente resgatar a ética do cuidado, da empatia e da proteção à infância.
“A infância precisa ser território de proteção, não de ataque. Precisamos urgentemente reaprender a lidar com nossas próprias dores, frustrações e traumas, sem projetar isso em quem está apenas começando a viver.”