Membro externa do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Catherine Mann indicou nesta segunda-feira, 11, que apoia mais aumento de juros à frente, para assegurar o retorno sustentável da inflação à meta de 2% no Reino Unido.

Segundo texto de discurso publicado nesta segunda-feira, a dirigente defendeu que seria preferível errar em direção a um aperto exagerado do que uma ação insuficiente. “Mas, se eu estiver errada, e a inflação desacelerar mais rapidamente e a atividade se deteriorar de forma mais significativa, não hesitaria em cortar as taxas”, afirma.

Catherine Mann alertou ainda que a manutenção dos juros básicos nos níveis atuais (5,25%) poderia abrir espaço para que a escalada dos preços se torne ainda mais persistente no país.

Para ela, seria arriscado apostar que as expectativas inflacionárias estão bem ancoradas e apenas esperar o arrefecimento do componente de serviços. “Precisamos nos preparar para um mundo onde a inflação terá maior probabilidade de ser volátil no futuro, e a taxa nominal neutra será provavelmente mais elevada do que no passado”, argumentou.

A dirigente assegurou que o BoE está confiante na capacidade de garantir a estabilidade de preços de maneira sustentável no médio prazo. No entanto, ela expressa preocupação com o “crescente prêmio de risco inflacionário” precificado na economia local. “Quanto mais tempo a inflação permanecer bem acima da meta, mais difícil será e maior será o custo da atividade para, em última análise, fazer com que a inflação atinjo o alvo”, comentou.

Catherine Mann acrescentou que as projeções atuais da autoridade monetário são “relativamente fracas” e subestimam a persistência inflacionária.