08/06/2016 - 8:50
A saída do diretor de futebol Luiz Cunha, oficializada pelo São Paulo nesta terça-feira, foi o modo amigável de encerrar uma convivência que estava desgastada. O ex-dirigente e a cúpula do clube passavam há semanas por conflitos de opinião, principalmente sobre a integração entre o elenco profissional e as categorias de base.
Cunha chegou ao cargo em março respaldado pelos bons resultados na base, campeã de torneios como a Copa do Brasil e a Libertadores Sub-20. Um dos intuitos dele era ampliar a integração com a equipe principal. Mas esse objetivo criou desgaste no ambiente do departamento de futebol pelo desejo de trocar alguns funcionários por membros da base do clube em Cotia.
Isso intensificou a relação ruim com a cúpula do clube. O conflito final foi a insatisfação de Cunha pelo São Paulo ter contratado o meia-atacante Cueva, do Toluca, por R$ 9 milhões sem ter o seu aval. No entender do ex-dirigente, teria sido melhor não comprometer o montante para priorizar o investimento no zagueiro Maicon, que tem contrato de empréstimo válido somente até 30 de junho.
“A minha expectativa era de modernizar a gestão, o futebol do São Paulo. Essa era a minha maior bandeira, como promover a integração da base com o profissional. Mas não foi possível. Estava muito infeliz com isso. Não estava mais tendo o brilho nos olhos de ir ao CT e passar o dia lá”, afirmou o ex-diretor, que ainda não tem um substituto definido.
Em uma reunião na última segunda-feira entre Cunha e o presidente do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o mandatário chegou a tentar a fazer o ex-diretor a desistir da ideia de deixar o cargo, mas não teve sucesso.