Relacionamento com as mídias sociais, influência responsável, discurso de ódio e radicalização online. Tudo isso é pauta entre estudantes de instituições públicas e privadas, que são as estrelas do “curti, e daí?”, projeto do Instituto Vero, que conta com apoio do Youtube. Porém, dessa vez esses jovens recebem ilustres convidados em suas escolas: criadores de conteúdo e especialistas participam in loco das gravações para debater sobre variados temas relacionados à educação midiática e à comunicação nas redes.

Com novos episódios e estreia prevista para o dia 04 de abril, o programa é focado no protagonismo jovem e é apresentado por Januária Alves e Laura Mattos, jornalistas reconhecidas na área da educação. Num bate-papo informal em sala de aula, elas reúnem estudantes, influenciadores e especialistas do universo digital para conversas que abordam desde o papel do influenciador e a importância da influência responsável à propagação do discurso de ódio nas redes e a forma com as quais nos relacionamos com as notícias e nos mantemos informados.

O “curti, e daí?” será lançado no www.youtube.com/@veroinstituto e no website do Instituto Vero, www.vero.org.br. “Nesse projeto, garotos e garotas falam sobre sua relação com as redes de maneira sensível, inteligente e criativa. Essa escuta não só os empodera como nos ensina a lidar com os desafios do nosso tempo. Por isso, também preparamos um material especial para os educadores, que encontrarão no “curti, e daí?” um instrumento inspirador para dialogar com essa geração”, diz Januária.

O “curti, e daí?” conta com a participação das escolas Viva e Bandeirantes, a instituição estadual Distrito de Maylaski e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – São Roque. Francisco Ferreira, Diretor Pedagógico da Escola Viva, ressalta a experiência com o projeto. “Por meio de um diálogo honesto, autônomo, profundo e fraterno, tivemos uma diversidade de opiniões e profusão de ideias manifestadas por influenciadores junto aos nossos estudantes”.

A Diretora Adjunta de Ensino-IFSP- São Roque, Anna Carolina Salgado Jardim, evidencia os benefícios para os alunos que participaram. “Foi muito importante para o desenvolvimento de habilidades de comunicação, pesquisa, protagonismo e pensamento crítico. Na perspectiva da educação midiática, desenvolveram consciência crítica sobre a mídia, aprenderam sobre produção de conteúdo e refletiram sobre como se tornarem cidadãos digitais mais responsáveis”. “Alunos e alunas quilombolas que historicamente foram calados e excluídos de todos os espaços de discussão da sociedade brasileira ganharam voz.”, acrescenta o diretor da escola estadual Distrito de Maylaski, Moacir Simardi Neto. “No Bandeirantes, nossas aulas de convivência auxiliam os alunos a construírem um pensamento crítico e essa abordagem não apenas os capacita a analisar questões sociais complexas – como as apontadas na conversa com o podcast -, mas também os encoraja a respeitar diferentes olhares e a comunicar suas próprias ideias”, explica Marina Schwarz, orientadora educacional do colégio Bandeirantes.

Do lado dos criadores de conteúdo, um time de peso foi formado para contribuir com esses temas: Professor Noslen, professor de Língua Portuguesa conhecido por seu jeito divertido e bem humorado para ensinar, possui o maior canal de educação do Brasil, com quatro milhões de inscritos; Tom Filho, apresentador do Art Attack, da Disney Plus; e Gabriela Araujo, poeta, atriz e apresentadora da TNT Brasil.

Professor Noslen fala sobre o olhar de vanguarda dos alunos e destaca que a experiência foi pessoalmente valiosa. “Percebi que preciso continuar a enfatizar a educação digital cada vez mais direta e objetivamente nos meus perfis, fazendo com que os estudantes tenham contato imediato com esse tema e assim possam mudar suas formas de olhar para as redes”.

Tom, por sua vez, afirma que pôde entender mais sobre o projeto e que foi uma oportunidade especial. “Entender todo o processo e ver que foi adotada uma comunicação positiva, principalmente de diálogo e troca com os alunos, ao invés de uma maneira impositiva e rígida, foi muito positivo. Isso é muito importante para o futuro de quem faz parte da escola, por isso foi tão especial para mim”.

Do lado dos experts, importantes reflexões foram levantadas devido às participações de Eugênio Bucci, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP; Daniela Costa, doutora em educação e coordenadora da Tic Educação; Maria Mello, do Instituto Alana, ONG voltada para os direitos das crianças e dos adolescentes; e Telma Vinha, professora da UNICAMP que coordena pesquisa sobre a violência nas escolas e a relação com as redes sociais.

“É impressionante como os jovens estão abertos a refletir sobre o modo com que se relacionam com as redes sociais, estão atentos aos problemas e desafios, e querem pensar em formas mais saudáveis de viver nesse universo digital”, ressalta Laura Mattos, jornalista que cobre a área da educação e também apresentadora do podcast. “Eles seguram o microfone com vontade de falar e demonstram respeito e interesse por escutar outras opiniões”, observa Eliane Leme, jornalista especializada em podcast que faz parte do projeto e realizou as gravações e edição do material.

Victor Vicente, Head de Comunicação do Instituto Vero, finaliza ao destacar o protagonismo dos alunos, principal objetivo do projeto. “Nosso maior interesse é ouvir do jovem como ele entende que as mídias sociais impactam a sua própria vida. A cada episódio nos surpreendemos com as respostas, que fogem do óbvio e têm um poder enorme de inspirar. Exatamente por isso nossa meta é levar esse conteúdo para ainda mais escolas a partir de agora”.

Alana Rizzo, Head de Políticas Públicas do YouTube, diz que “as crianças e adolescentes hoje podem acessar um mundo de possibilidades no YouTube. À medida em que eles cresceram, a internet também cresceu. Nosso objetivo é construir ótimas experiências para os jovens, e é por isso que privacidade, segurança, bem-estar e saúde mental estão no centro dos nossos esforços. Fomentarmos parcerias com especialistas em desenvolvimento infantil, aprendizagem digital e cidadania focados na juventude, além de projetos como este, é de fundamental importância para incentivarmos um desenvolvimento social ativo e uma educação cidadã”, destaca.