Dez animais, em média, chegam por dia à Associação Mata Ciliar, em Jundiaí, e Cristina Harumi Adania, coordenadora de Fauna do local, já não sabe mais o que inventar para abrigar a bicharada. Entre filhotinhos de tamanduá-bandeira e de gato do mato a onças e lobos-guarás adultos, além de centenas de aves, vivem no Centro de Recuperação de Animais Silvestres (CRAS) cerca de 1 mil animais.

Alguns, depois de tratados, têm chance de voltar à natureza, como o lobo-guará Balu, de 1 ano e 2 meses, que foi atropelado e chegou à associação com duas fraturas, mas agora está prestes a ser reintroduzido.

Segundo Cristina, cerca de 35% dos animais que chegam ali voltam à natureza. “Infelizmente, a demanda de chegada é maior que a minha capacidade de reabilitação e soltura”, explica a médica veterinária.

Entre os animais com menos chance de voltar estão algumas das 16 onças-pintadas e pardas que vivem ali. “São animais que já estão aqui há muito tempo ou que têm algum problema. Se não podem voltar, temos obrigação de dar qualidade de vida para eles”, diz. Ela se refere ao fato de que as onças vivem em recintos de apenas 40 metros quadrados, que, apesar de estarem em acordo com as determinações do Ibama, não são confortáveis para animais tão grandes.

Por isso, a associação está participando, com a organização da ONG Ampara Animal, do projeto de crowdfunding (www.kickante.com.br/tocadaonca) para levantar R$ 500 mil para a construção de seis recintos para as onças, de 180 metros quadrados, enriquecidos com vegetação natural, além de um novo recinto de reabilitação de 3 mil metros quadrados, para ampliar as chances de soltura de outros animais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.