Com atuações instáveis em suas últimas partidas, o Atlético-MG enfrenta o La Equidad nesta terça-feira, às 21h30 (de Brasília), no estádio El Campín, em Bogotá, onde tentará despachar o modesto time colombiano e avançar às semifinais da Copa Sul-Americana.

No confronto de ida do mata-mata, realizado na semana passada, em Belo Horizonte, o time atleticano chegou a ser surpreendido ao levar um gol já aos sete minutos do primeiro tempo, mas depois foi buscar uma virada por 2 a 1 para poder defender a vantagem de atuar por um empate nesta terça para seguir em frente no torneio continental.

Para o time atleticano, o duelo em solo colombiano será uma novo teste que vai colocar à prova a instabilidade da equipe, que acumulou duas derrotas e um triunfo nos seus últimos três confrontos. Embora tenha poupado titulares visando a competição sul-americana, o time sofreu para confirmar favoritismo no confronto de ida com o La Equidad e perdeu para Athletico-PR (1 a 0, em Curitiba) e para o Bahia (pelo mesmo placar, na capital mineira) em seus dois últimos compromissos pelo Brasileirão.

Um outro obstáculo a ser superado pelo Atlético nesta terça-feira é a altitude de 2.600 metros de Bogotá, mas o técnico Rodrigo Santana enfatizou, no último domingo, após a derrota para a equipe baiana, que as dificuldades impostas pelo ar rarefeito poderão até ser benéficas para o seu time.

“Eu já tive experiência na altitude. Ela interfere bastante na velocidade da bola. O momento que você dá o pique, dá até com bastante leveza, mas o problema é quando você para. Aí que vai buscar o ar e sente a falta de oxigênio. Tendo vantagem, estando à frente no placar, não vai prejudicar muito”, disse o comandante, em entrevista coletiva, deixando claro a importância de o Atlético fazer o primeiro gol do jogo e consequentemente ganhar mais tranquilidade para assegurar a sua classificação.

“A altitude prejudica se o time estiver atrás no placar, pois assim você vai ter de correr mais. Então a gente espera já ter um pouco de vantagem, sair na frente para ter mais controle em relação à altitude”, reforçou.

CAMPANHA – Para o La Equidad, time de pequeno porte da Colômbia que tem apenas 36 anos de vida, este pode ser considerado o confronto mais importante da história do clube, que nunca avançou a uma semifinal de um torneio sul-americano. Como a equipe tem uma torcida considerada pequena, a sua diretoria e os seus jogadores estão promovendo uma campanha desde a última quinta-feira, quando convocaram torcedores de outros clubes da Colômbia a comparecerem ao El Campín vestindo uma camisa da seleção do país para apoiá-los e lotar o estádio.

“Ponha a camisa da Colômbia e apoie o La Equidad” é o título da campanha, que enfatiza o fato de o time ser o único representante colombiano ainda vivo em um dos torneios da América do Sul nesta temporada. E o técnico Humberto Sierra está confiante na possibilidade de o seu time desbancar o favoritismo dos atleticanos.

“A chave (das quartas de final) está aberta. Não vai ser fácil, mas nós como mandantes somos fortes”, ressaltou o treinador. “Nosso jogo é muito agressivo quando atuamos em casa. Confio no que o meu time tem para reverter o placar do jogo de ida e se classificar”, completou.

O gol marcado fora de casa, que tem maior peso para efeito de desempate em caso de igualdade no placar agregado do mata-mata, dá ao La Equidad a chance de se classificar com uma vitória por 1 a 0 nesta terça. “Esse gol como visitante foi muito importante porque é o que nos mantêm vivos nesta disputa”, destacou o comandante.

O Atlético-MG já atuou por quatro vezes em sua história no El Campín. Na primeira delas, em 1981, foi derrotado por 1 a 0 pela seleção colombiana em um amistoso. Os outros três confrontos no estádio foram contra o Independiente Santa Fe, sendo o primeiro em 2010, quando caiu também por 1 a 0 no jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana. Quatro anos depois, pela fase de grupos da Libertadores, os atleticanos empataram por 1 a 1 com o rival. A única vitória no local veio em 2015, pelo mesmo estágio deste torneio continental, quando triunfaram por 1 a 0.

Quem se classificar nesta terça-feira terá pela frente nas semifinais da Sul-Americana o Colón, da Argentina, que nas quartas eliminou o Zulia, da Venezuela. No outro mata-mata que valerá um lugar na decisão, o Independiente del Valle, do Equador, vai encarar quem levar a melhor no embate entre Fluminense e Corinthians, que será definido nesta quinta-feira, no Maracanã.