Faltando pouco mais de dois meses para a abertura dos Jogos do Rio-2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) está preocupado com a instabilidade política no Brasil. A votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff pode ocorrer justamente no dia da abertura do Congresso da entidade esportiva, dia 2 de agosto no Rio, e três dias antes da Olimpíada. Ao jornal O Estado de S.Paulo, dirigentes apontaram que o temor dos organizadores é de que a definição sobre o destino político do Brasil abra uma crise às vésperas do evento.

Com o vírus zika, corte de orçamento, recessão, ameaça terrorista, obras inacabadas e segurança como problemas, o COI também quer garantias de que o Brasil não vai deixar a Olimpíada em segundo plano.

Para tentar acalmar os dirigentes, o presidente do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, vai dar uma mensagem ao Comitê Executivo do COI em Lausanne, na Suíça, de que Michel Temer tem dado sinais positivos sobre o compromisso do governo federal com o evento. O que preocupa o COI é a nova sequência de queda de ministros, dúvidas sobre o que ocorrerá na votação no Senado sobre Dilma e os casos de corrupção que ainda podem surgir.

O problema é que uma das possíveis datas para a votação do impeachment é dia 2 de agosto, justamente na abertura do Congresso do COI e em um evento que o chefe de Estado é aguardado. Não apenas as partes protocolares preocupam, mas acima de tudo eventuais protestos se a votação der um ou outro resultado.

Michel Temer, no dia 5 de agosto, ainda teria de declarar aberto os Jogos Olímpicos. “Esse é um momento que todo governo sonha em ter, com transmissão planetária”, admitiu uma dirigente do COI ao sair da reunião que começou nesta quarta-feira.