À LUTA A universitária Zhang Lei Lei e o slogan da versão chinesa do #MeToo escrita no cartaz: “sedução não é desculpa para a sua mão de porco” (Crédito:Divulgação)

Por temperamento e tradição, mas também por imposição do regime político e social obscurantista sob o qual vivem, os chineses são bastante reservados sobre fatos que se referem à vida pessoal, sobretudo quando envolvem superiores hierárquicos – e as chinesas, particularmente, são ainda mais submissas, discretas e caladas. Por isso causou tanta surpresa a decisão de um amplo grupo de universitárias da China que, na semana passada, tornou pública a sua adesão ao Movimento #MeToo, nascido nos EUA a partir das denúncias de atrizes que foram vítimas de assédio sexual em Hollywood. Diversas ativistas chinesas estão tendo a coragem de romper um longo e dolorido silêncio e, na quarta-feira 31, divulgaram uma pesquisa do Centro de Educação Sexual de Guangdong: 68,7% das entrevistadas, em vinte e seis das principais universidades do país, relatam que sofrem ou sofreram algum tipo de abuso ou assédio praticados por professores ou diretores das faculdades. Há casos, no entanto, em que os assediadores são os próprios colegas de curso. A universitária Zhang Lei Lei, que viu o seu slogan explodir nas redes sociais (“sedução não é desculpa para a sua mão de porco”), resolveu informar que tanto ela quanto outras alunas são sistematicamente espionadas pelos companheiros de turma quando utilizam os banheiros da Universidade de Wuhan. O principal objetivo das líderes do movimento, por enquanto, é conseguir a inclusão do assédio sexual na mesma lei que já criminaliza no país as agressões físicas e psicológicas que eventualmente um marido venha a infligir à sua mulher no ambiente doméstico. A julgar pelo barulho que as chinesas começaram a fazer nas redes sociais, essa meta será rapidamente alcançada.

42,8%

é quanto caiu a frequência de público nos cinemas do País em 2017. Os dados foram divulgados na semana passada
pela Ancine. Quanto aos filmes brasileiros, a queda foi de 1,7%: passou de 184,3 milhões de espectadores em 2016 para 181,2 milhões no ano passado. “Minha mãe é uma peça – 2” foi o filme nacional com maior público: 5,2 milhões de pessoas.

Astronomia
Três luas em uma lua

Julio Cortez

A natureza deu ao Hemisfério Norte, na última noite de janeiro, um presente que não se via no céu havia 152 anos: a lua mostrou-se em três fenômenos diversos – superlua, lua azul e eclipse total. Uma superlua acontece quando ela está cheia e atinge o seu perigeu (a maior proximidade da Terra). Nossos olhos a vêem, então, 30% mais brilhante. E o que é lua azul? Trata-se da ocorrência de duas luas cheias no mesmo mês, sendo que a primeira foi em 1º de janeiro. Já o eclipse total se dá quando o nosso satélite natural passa pela sombra da Terra durante um desvio da luz solar. A estátua da liberdade, nos EUA, ganhou em força e beleza (foto).

Internet
ISTOÉ transmite ao vivo o carnaval de rua de São Paulo

Gabriel Reis

A Editora Três estreou, na sexta-feia 19, seu mais novo produto online: “ISTOÉ ao Vivo”, programa que apresenta destaques do noticiário em dois boletins diários, com distribuição simultânea nas redes sociais e no site da revista. Se você é fã de carnaval, não perca nossa transmissão dos desfiles dos blocos de rua de São Paulo, conduzida pela apresentadora Camila Srougi. Os programas especiais começam nesse final de semana e vão pelos cinco dias de folia.

Sociedade
Foice, martelo e… muito dinheiro

Até as geladas paredes do Kremlin sabem: as eleições presidenciais na Rússia, no mês que vem, são roleta viciada. Vladimir Putin vai se reeleger. Para disfarçar, o Partido Comunista lançou outro candidato: Pavel Grudinin, que se diz “comunista adorando ser ricaço”. Mora num latifúndio chamado Lênin: “sou comunista e gosto de riqueza”.

Brasil
Rocinha 2 x 1 Pezão

Márcia Foletto

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, acertou e errou na reunião com moradores da Rocinha no Palácio Guanabara. O acerto: ele lembrou que muita gente que critica a “política de segurança do asfalto” usa drogas. Ou seja: mesmo sendo honesto, acaba sustentando o narcotráfico. O erro de Pezão foi confundir, em dado momento, o povo honesto com os bandidos e fazer desabafo com quem não merecia ouvi-lo: “mata-se polícia como se mata galinha”. Quem mata, e o governador sabe disso, não é o trabalhador que estava no palácio. Por fim, o que Pezão ouviu não há como refutar: “o senhor é responsável pela segurança de cada um de nós”. Placar final: dois a um para os moradores da favela.

Justiça
E o auxílio- moradia?

Marcos Arcoverde

Algumas brincadeiras, ainda que sem má intenção, não ficam bem para um magistrado nesse momento de aperto financeiro que atinge empresários e empregados. O juiz federal Marcelo Bretas, que cuida da Lava Jato no Rio de Janeiro, e sua esposa, a juíza Simone Bretas, recebem auxílio-moradia (cerca de R$ 8,5 mil, juntos, em janeiro). O CNJ fixou que, em casos assim, apenas um dos cônjuges tem direito. Bretas, criticado, ironizou: “(…) Sempre que penso ter direito a algo, vou à Justiça e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto, ou pegar escondido (…). Mas como tenho medo de algum castigo, peço na Justiça (…)”. De fato, foi a Justiça quem manteve o benefício. AGU tenta cortá-lo.