A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Segurança Alimentar (2024) divulgada nesta sexta-feira, dia 10, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostra que a insegurança alimentar atinge 71,9% dos lares brasileiros com renda de até um salário mínimo per capita no grau moderado ou grave. A insegurança alimentar grave é considerada a forma mais severa de baixo acesso domiciliar aos alimentos. Com base nos resultados da PNAD, é possível afirmar que cerca de 2,5 milhões de domicílios passaram por privação quantitativa de alimentos. Segundo o estudo, essa privação atingiu os adultos, as crianças e os adolescentes das famílias.
+ Dupla jornada invisível: 77,5% das crianças com trabalho ilegal também cuidam da casa
O estudo mostra como a insegurança alimentar no Brasil se concentrou nas classes de rendimento mais baixas no período pesquisado. Os casos de insegurança alimentar moderada ou grave se concentraram nas três primeiras classes de rendimento delimitadas por um quarto, meio e um salário mínimo. As três classes cobrem juntas 41,0% dos domicílios do País. No entanto, elas respondem por 71,9% quando se trata de casos de insegurança moderada ou grave. Já a classe com os maiores rendimentos, com renda per capita de mais de dois salários mínimos, responde apenas por 3,9% dos casos de insegurança alimentar moderada ou grave, mesmo contendo mais de um quinto do total de domicílios (24,4%).
Ao realizar um comparativo em relação aos resultados da PNAD Contínua 2023, a expansão do percentual de domicílios em segurança alimentar foi de 72,4% para 75,8%. Além disso, todos os níveis de insegurança alimentar apresentaram queda. A leve, passou de 18,2% para 16,4%. A moderada foi de 5,3% para 4,5% e a grave foi de 4,1% para 3,2%.
Entenda a classificação dos níveis de insegurança alimentar
- Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e redução da qualidade para não afetar a quantidade;
- Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos entre adultos;
- Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre menores de 18 anos. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.