ROMA, 17 JUL (ANSA) – As investigações sobre a queda de um avião da Air India que matou 260 pessoas em Ahmedabad, em 12 de junho, se voltam agora para o comandante do voo, Sumeet Sabharwal, suspeito de ter desligado de propósito os dispositivos que controlam o fluxo de combustível para as turbinas logo após a decolagem.
Um relatório preliminar divulgado pela Agência Indiana de Investigação de Acidentes Aéreos revelou que um dos pilotos perguntou ao outro por que ele havia cortado o abastecimento de querosene, enquanto o segundo respondeu que não havia feito nada.
O documento não indica quem teria dito o que, mas informações obtidas pelo diário americano The Wall Street Journal apontam que Sabharwal, veterano comandante de 56 anos, teria desligado os interruptores.
“Por que você cortou o fornecimento de combustível?”, perguntou o copiloto Clive Kunder, 32, segundo o WSJ. Sabharwal então responde calmamente que não tinha feito nada. Os interruptores foram religados em questão de segundos, porém era tarde demais: com a súbita perda de potência nos motores em plena decolagem, o avião caiu sobre um alojamento de estudantes de medicina e matou 241 das 242 pessoas a bordo, além de 19 indivíduos em solo.
Kunder tinha o comando do avião e provavelmente estava com as mãos ocupadas no início do voo, enquanto Sabharwal é quem teria as mãos livres para desativar o fornecimento de combustível. O relatório das autoridades indianas, no entanto, ainda não aponta causas definitivas para o acidente e não descarta a possibilidade de uma falha técnica nos interruptores.
A Federação dos Pilotos da Índia pediu para o governo ampliar as investigações sobre possíveis problemas mecânicos no Boeing 787-8 Dreamliner e demonstrou preocupação com o relatório preliminar, que não teria explorado “de modo convincente” possíveis avarias documentadas em acidentes anteriores. (ANSA).