12/04/2021 - 10:22
Os ingleses retornaram aos espaços abertos dos pubs e aos salões de beleza, depois de passar o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil) em confinamento pela pandemia que, do outro lado do mundo, afeta com força a Índia, que nesta segunda-feira (12) se tornou o segundo país com mais contágios ao superar o Brasil.
O contraste mostra o panorama variável da pandemia, com países como o Reino Unido, com a campanha de vacinação muito avançada, e outros onde a imunização mal teve início.
Mais de 2,9 milhões de pessoas morreram no planeta vítimas da covid-19, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
A Índia (1,3 bilhão de habitantes) registrou um rápido aumento de infecções nas últimas semanas e o número de casos alcançou 13,5 milhões, acima dos 13,48 milhões do Brasil.
“Todo o país foi complacente: permitimos concentrações sociais, religiosas e políticas”, declarou à AFP Rajib Dasgupta, professor de Saúde da Universidade Jawaharlal Nehru. “Ninguém faz fila para o distanciamento social”, afirmou.
Em Bangladesh, a situação também é preocupante. A partir de quarta-feira e durante oito dias os prédios públicos permanecerão fechados, com a paralisação do transporte internacional e doméstico, depois que as infecções por covid-19 multiplicaram por sete em um mês.
Os estabelecimentos comerciais permanecerão fechados, com exceção do setor de alimentação.
“Não há outra alternativa para frear a onda de covid-19”, disse Farhad Hossain, ministro adjunto da Administração Pública, antes do anúncio da medida. Bangladesh, com 160 milhões de habitantes, tem o balanço de 685.000 contágios e quase 10.000 mortes.
– Esperança –
Em outras partes do mundo há motivos para esperança.
A partir desta segunda-feira, os ingleses podem comparecer às áreas abertas dos pubs e restaurantes, uma medida bem recebida pelo setor, apesar do frio.
“Tenho certeza que será um grande alívio para os donos de negócios que ficaram fechados durante tanto tempo, e para todos os demais é a oportunidade de voltar a fazer algumas coisas que apreciávamos e que perdemos”, afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.
O Reino Unido, que adotou o terceiro confinamento no início de janeiro (e algumas regiões como Londres desde meados de dezembro), registra uma situação de saúde muito melhor.
Atualmente tem menos de 3.000 casos e menos de 50 mortes por dia. Os pacientes internados em hospitais não chegam a 3.000, contra quase 40.000 no pior momento de janeiro.
Quase 60% da população já recebeu a primeira dose da vacina e as autoridades preveem que todos os adultos devem receber uma dose até o fim de julho.
A meta está mantida, apesar das preocupações com os possíveis riscos de trombose vinculados à vacina da AstraZeneca, que ficará reservada às pessoas com mais de 30 anos por precaução.
Esta semana também se espera um alívio nas restrições na Itália, Irlanda e Eslovênia.
Na Grécia, as escolas do ensino médio de todo o país reabriram nesta segunda-feira, após mais de cinco meses de fechamento. Estudantes e professores devem passar por dois testes de covid-19 por semana, segundo a ministra da Educação.
Na França, que enfrenta a terceira onda, a vacinação será ampliada a todas as pessoas a partir de 55 anos. O grupo receberá a vacina da AstraZeneca ou a da Johnson & Johnson.
No Brasil, que registra mais 353.000 mortes, a maioria das pessoas internadas nas UTIs tem menos de 40 anos, revelou um estudo da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).
– Ramadã –
Milhões de fiéis muçulmanos iniciam esta semana o jejum sagrado do Ramadã, um dos cinco pilares do islã. Durante este mês devem abster-se de comer e beber do amanhecer ao entardecer.
Neste período acontecem reuniões e os fiéis comparecem às mesquitas, mas tes ano as autoridades adotaram restrições e pediram que as pessoas rezem em casa.
Na Arábia Saudita, apenas as pessoas vacinadas contra a covid-19 poderão participar na umrah, a pequena peregrinação à Meca, a partir do começo do Ramadã.
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