Um programa de vacinação contra a gonorreia será lançado na Inglaterra para conter o aumento acentuado de casos dessa infecção sexualmente transmissível, anunciaram as autoridades de saúde nesta quarta-feira (21), enfatizando que esta é uma inovação no mundo.
A vacina, a 4CMenB, já existe e é usada contra a meningite meningocócica B, neste caso para bebês.
Em 2023, mais de 85.000 casos de gonorreia foram detectados na Inglaterra, o nível mais alto desde 1918, quando as estatísticas começaram a ser registradas.
A gonorreia, causada por uma bactéria transmitida durante relações sexuais desprotegidas, afeta principalmente pessoas com menos de 30 anos, em sua maioria homens.
Se não for tratada, pode levar, por exemplo, a um risco maior de contrair HIV ou infertilidade em mulheres.
Os sintomas incluem dor ao urinar e incômodos no reto. Para as mulheres, podem incluir dor abdominal e sangramento entre os ciclos.
O programa de vacinação foi lançado em um momento em que algumas cepas da infecção parecem ser resistentes a antibióticos.
“O lançamento da campanha de vacinação, a primeira no mundo, é um grande avanço no campo da saúde sexual”, disse Amanda Doyle, diretora nacional de medicina geral do NHS England, o serviço público de saúde.
O programa será “crucial para proteger as pessoas, ajudar a prevenir a propagação da infecção e reduzir o aumento das cepas resistentes a antibióticos”, acrescentou.
No entanto, a Comissão de Vacinação (JCVI) observa que, segundo estudos, a vacina tem uma taxa de eficácia entre 32,7% e 42% contra a gonorreia. Portanto, reduziria o risco, mas não o eliminaria.
Os pacientes selecionados começarão a ser contatados nas próximas semanas para que a campanha possa começar em agosto.
Segundo a JCVI, a gonorreia é observada particularmente em áreas desfavorecidas, assim como entre homens que têm relações múltiplas.
ctx/mhc/psr/avl/aa