Se consolidar, calar as críticas e finalmente decolar na Euro-2024: depois de chegar à Alemanha como uma das favoritas, a decepcionante Inglaterra tem uma tripla missão a cumprir nesta terça-feira (24), em Colônia, contra a Eslovênia às 16h (horário de Brasília), na última rodada do Grupo C.
As coisas andam rapidamente no futebol e os ‘Three Lions’ são um bom exemplo disso, após chegarem ao torneio elogiados pela imprensa do país e, duas semanas depois, serem alvo das mais amargas críticas.
A mais enfática e dolorosa talvez seja a de Gary Lineker, lendário atacante inglês da década de 1980 e que hoje é comentarista esportivo. O ex-jogador do Barcelona descreveu o jogo da seleção nos dois primeiros jogos como “uma merda”.
Os ingleses conquistaram uma vitória insossa contra a Sérvia graças a um gol de Jude Bellingham (1-0) e não conseguiram derrotar a Dinamarca, sofrendo um merecido gol de empate (1-1).
A classificação para as oitavas de final não está em perigo, já que pode garanti-la antes mesmo de jogar, mas a imagem mostrada em campo deixa muito a desejar.
O principal alvo das críticas é o técnico Gareth Southgate, culpado segundo a imprensa por não conseguir encaixar adequadamente todos os talentos que tem à sua disposição.
Principalmente seus três atacantes, Harry Kane, Phil Foden e Bellingham, titulares no ataque, mas que se atrapalham.
Southgate colocou Bellingham numa posição de diretor do jogo ofensivo, semelhante ao que a jovem pérola ocupa no Real Madrid.
Mas na seleção essa posição afeta Kane, autor de 44 gols nesta temporada pelo Bayern de Munique, que gosta de recuar para buscar a bola.
Southgate também transferiu Foden para a ponta, fazendo desaparecer o Jogador da Temporada da Premier League com o Manchester City, clube onde ocupa uma posição mais central.
Diante da tempestade, Kane tentou acalmar os ânimos na entrevista coletiva de domingo, mas não sem antes entrar numa troca de farpas os jornalistas haviam iniciado enquanto esperavam sua chegada.
O capitão dos ‘Three Lions’ fez um apelo para que se tenha calma.
“Não acho que não jogamos bem contra a Dinamarca. Estivemos abaixo do que sabemos fazer”, reconheceu. Mas “já passamos por isso antes”, lembrou ele. “Temos muita experiência. Portanto, não é hora de entrar em pânico, mas sim de tentar melhorar”.
A Eslovênia, último adversário da Inglaterra no Grupo C nesta terça-feira em Colônia, parece o adversário perfeito para mostrar todas as mudanças que Kane sugere que virão.
A não ser que aconteça um cataclismo, os ingleses chegarão às oitavas de final da Eurocopa e poderão começar a pensar no futuro.
Southgate pode aproveitar este último jogo para poupar seus astros e tentar novas estratégias. Além disso ele terá todos os seus jogadores disponíveis, depois da recuperação de Luke Shaw, o único lateral-esquerdo de ofício de sua lista e que participou normalmente do treino desta segunda-feira, depois de ter ficado afastado dos gramados até agora por lesão.
“Este não é o momento para entrar em pânico”, voltou a insistir Kane, mostrando tranquilidade. Independentemente do resultado, na terça-feira serão obrigados a finalmente dar sinais positivos, correndo o risco de multiplicar as críticas antes da fase de mata-mata do torneio.
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