São Paulo, 17/6 – As políticas públicas que visam o controle artificial dos preços domésticos, podem acabar desestimulando a produção agropecuária nacional, por isso, precisam ser estudadas com parcimônia, afirmou o diretor Técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz, ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado), nos bastidores no InterCorte 2016, evento sobre pecuária bovina que é realizado nesta sexta-feira, 17, na Bienal do Ibirapuera em São Paulo. Ferraz ponderou sobre os efeitos negativos de uma possível isenção de PIS/Cofins na importação de milho pelo Brasil. Ele citou as consequências de políticas protecionistas que foram aplicadas pela ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, que acabou por reduzir a produção agropecuária do país vizinho. “É preciso tomar cuidado para não cair em políticas totalmente equivocadas de tentar segurar o preço”, disse. Para ele, embora o efeito de preços elevados seja prejudicial às indústrias produtoras de carnes no curto prazo, no longo prazo o efeito é positiva para toda cadeia. “O País sobe de nível. Dificilmente depois de o produtor abrir uma área e se estruturar, ele a abandona”, afirmou. Nos últimos dias, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e o secretário de Política Agrícola da pasta, Neri Geller, sugeriram a possibilidade de uma isenção temporária do imposto para o cereal, de modo a aliviar os baixos estoques das indústrias produtoras de carnes.