Em junho de 2025, o psiquiatra *Dr. Ervin Cotrik, formado pela UFRJ e vice-coordenador da comissão “A Sociedade Contra o Preconceito” da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), intensificou sua luta contra a dependência de jogos de azar por meio de uma campanha inovadora.
Em parceria com o presidente da ABP, Dr. Antônio Geraldo, e os influenciadores digitais Matheus Costa e Felca, Cotrik realizou uma série de lives para discutir os perigos do vício em apostas, promovendo uma abordagem acessível, baseada em evidências científicas e voltada para a desconstrução do estigma em saúde mental.
Durante as transmissões, os influenciadores compartilharam reflexões pessoais e alertaram sobre o impacto devastador das apostas. Matheus Costa destacou a responsabilidade ética de sua posição.
“Cresci com uma educação que me ensinou a distinguir o certo do errado. O vício em jogos é tão destrutivo quanto outros, como o tabagismo da minha mãe, que tento ajudar a superar. Como influenciador, sinto que devo retribuir a confiança dos meus seguidores com mensagens positivas. Promover apostas, sabendo o quanto são prejudiciais, é como trair quem me apoia. Muitos dizem ‘joga quem quer’, mas ao incentivar, você quer que a pessoa jogue”, destaca Matheus Costa.
“É triste ver colegas com milhões de seguidores normalizando esse vício, que destrói vidas, atrasa contas e prejudica famílias. A verdade é que ninguém enriquece com apostas. Elas exploram, principalmente, quem está desesperado por dinheiro”, completa.
Felca reforçou a gravidade do problema, comparando as apostas a outras formas de dependência: “O jogo é projetado para viciar. O perigo não está só na perda, mas na falsa esperança de ganhar. Quando alguém ganha, mesmo que raramente, acha que pode repetir, entrando num ciclo vicioso: ‘Ganhei, quero mais; perdi, vou recuperar.’ Isso é semelhante à dependência química”.
“A diferença está no autocontrole, que varia de pessoa para pessoa, mas o sistema é cruel e manipula essa vulnerabilidade”, complementa Felca.
O especialista enfatizou que é urgente promover ações integradas e destacou a importância de desmistificar a busca por ajuda: “O vício em jogos de azar é uma crise de saúde pública. Precisamos unir esforços entre instituições, profissionais de saúde e sociedade para enfrentá-lo. Procurar apoio psicológico é um ato de coragem e inteligência, nunca de fraqueza”.
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 1% a 10% da população global apresenta comportamentos problemáticos relacionados a jogos de azar, com impactos que vão desde problemas financeiros até transtornos mentais graves, como ansiedade e depressão.
No Brasil, a popularização das plataformas de apostas online intensificou o problema, especialmente entre jovens, o que torna iniciativas como essa ainda mais cruciais.