As influenciadoras Kerollen Vitoria Cunha Ferreira e a filha, Nancy Gonçalves Cunha Ferreira, foram condenadas a 12 anos de prisão em regime fechado por injúria racial, na segunda-feira, 18. Isso ocorreu devido a um vídeo divulgado nas redes sociais no qual as mulheres davam banana e pelúcias de macaco para crianças negras, de 9 e 10 anos.
Na decisão, à qual a IstoÉ teve acesso, a juíza Simone de Faria Feraz, da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, disse que os atos cometidos pela influenciadoras correspondem a uma “monstruosidade”.
Para a magistrada, Kerollen e a filha postaram o conteúdo no intuito de ridicularizar as crianças. “Destaco que o momento em que se dá a consumação é justamente após as postagens, com a extrema divulgação, nesse momento é que após cientes das ofensas as crianças são vitimadas”, emendou.
As influenciadoras alegaram em depoimento que ajudavam as famílias das crianças e afirmaram que seguiram uma “trend” das redes sociais. Ambas negaram serem racistas e ressaltaram não saber o que é racismo recreativo.
Além da prisão, Nancy e Kerollen foram condenadas a pagar R$ 20 mil em indenização para cada uma das vítimas.
Os vídeos
Os vídeos em questão usados no caso mostram as influenciadoras conversando com um menino negro em uma calçada e questionam se ele gostaria de receber um presente ou R$ 10. Ele opta pelo presente, mas ao perceber do que se tratava, perguntou: “Só isso?”. E disse que não gostou.
As investigações da Polícia Civil apontam que o mesmo menino foi abordado outras vezes pelas influenciadoras para criação de conteúdo.
Em outra gravação, Kerollen aparecia abordando uma menina em situação de rua e fez uma proposta similar. A criança também escolheu o presente e, quando recebeu nas mãos, viu que se tratava de um macaco de pelúcia. Aparentando ter ficado feliz, a garota abraça o brinquedo e agradece a influenciadora.