03/08/2024 - 18:00
Influenciadoras digitais têm desempenhado um papel significativo nas redes sociais. No entanto, a exposição constante a um público tão diverso, analítico e de contato massivo pode ter consequências severas para a saúde mental desses profissionais.
“Para os influenciadores, é crucial aprender a filtrar o que é um comportamento saudável e o que não é. Nem todas as críticas são construtivas, e saber distinguir entre feedback útil e ataques gratuitos é essencial para manter a saúde mental”, explica Isabela Soller, founder e CEO do Grupo Soller, empresa pioneira e referência em marketing de influência no Brasil.
A modelo Domitila Barros, que ganhou destaque com sua participação no “BBB23”, compartilha: “Tenho 39 anos e aprendi que a internet pode ser um espaço muito tóxico. Precisei tomar as rédeas na minha mão e só ver o que quero. Já que sou eu quem assume a responsabilidade da minha sanidade mental, do que eu quero ver e de quais temas e pessoas eu quero ser confrontada diariamente, levo muito a sério quais são os perfis que sigo. Não significa que não gosto de fulano, é trabalho”.
Gabi Morais, anteriormente conhecida como Gabriela Pugliesi, foi uma das primeiras influenciadoras digitais do Brasil, abrindo portas para uma geração de criadores de conteúdo. “Eu não tinha nenhum filtro. Eu achava que não tinham pessoas olhando com malícia para o que eu falava ou fazia. Hoje eu sei que tem. As pessoas estão só esperando um escorregãozinho seu para tripudiar”, comenta.
Gabi discutiu as mudanças em sua vida após o casamento e a maternidade, enfatizando que essas experiências a transformaram profundamente, alterando sua perspectiva sobre a opinião pública. Hoje, ela prioriza seu bem-estar e o de sua família, deixando de lado as críticas e pressões das redes sociais. Esta nova fase de sua vida tem sido marcada por uma atitude mais equilibrada e autêntica, refletindo um amadurecimento pessoal e profissional.
Márcia Sensitiva faz um alerta sobre a geração Z: “São evoluídos de coração, mas não estão conseguindo ser na prática. Porque eles estão muito na internet.”. Sua crítica não é uma bronca, mas um convite à reflexão sobre como a conectividade digital pode influenciar o desenvolvimento pessoal e emocional das novas gerações.
Para Isabela Soller, a volatilidade de sentimentos e opiniões online é reflexo de um novo mundo mais aberto, democrático, porém extremamente efêmero: “É importante também entender que existe uma oscilação e impermanência de sentimentos entre a audiência. Portanto, é necessário pautar o comportamento virtual como ele é, não permitindo que essa informação deforme a relação com o mundo concreto”, explica.
E recomenda: “Fazer pausas regulares das redes sociais pode ajudar a recarregar as energias e refletir sobre o próprio bem-estar. Concentrar-se nos comentários positivos e nas interações que realmente importam pode mudar a perspectiva e melhorar o humor”.
Todas as entrevistas foram retiradas do podcast “Vale o Post” – comandado por Isabela Soller disponível no YouTube e Spotify.