O influenciador Alan Barros, de 32 anos, foi preso pela PF (Polícia Federal) em Curitiba durante operação deflagrada na segunda-feira, 27. Em 31 de janeiro deste ano, o homem foi ameaçado dentro de uma padaria em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, por usar um notebook. O caso viralizou nas redes sociais e ganhou repercussão nacional.

O empresário é investigado por envolvimento com uma associação criminosa que efetuava projetos fraudulentos de NFTs (Non Fungible Tokens), prometendo lucros altos a investidores, em um esquema que teria lesado 22 mil pessoas.

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Resumo:

  • Segundo as autoridades, a organização que tinha como sede Balneário Camboriú (SC) oferecia a investidores uma criptomoeda criada pela quadrilha que traria altos lucros;
  • De acordo com a PF, cerca de 22 mil pessoas teriam sido afetadas pelo suposto esquema de pirâmide financeira no Brasil e também no exterior. Foi estimado um prejuízo total de R$ 100 milhões;
  • Nas redes sociais, Alan Barros ostenta um estilo de vida luxuoso em Dubai, compartilhando nas redes sociais imagens de viagens em Londres e nas Ilhas Maldivas.

De acordo com a PF, a organização criminosa teria como sede a cidade de Balneário Camboriú (SC), e a proposta da companhia era possibilitar investidores a comprarem uma criptomoeda criada pela quadrilha que traria lucros acima do normal. Como forma de legitimar o negócio, o item virtual possuía valor vinculado a parcerias com outras empresas e foi anunciado em uma feira de Dubai.

Ao todo, segundo a corporação, 22 mil pessoas teriam sido lesadas pela prática da organização criminosa no Brasil e no mundo, em uma perda estimada pela PF em R$ 100 milhões. Em determinado momento, a empresa se envolveu com negócios de franquia de mobilidade urbana.

As autoridades cumpriram dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão nas cidades de Itajaí (SC), Balneário Camboriú (SC), Londrina (PR) e Curitiba (PR), onde Alan Barros foi detido. Os bens de cinco indivíduos e três empresas foram bloqueados pelas forças de segurança.

Os membros da organização responderão por delitos contra o Sistema Financeiro Nacional, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, a pena máxima aos acusados pode chegar a 28 anos de reclusão.

Quem é Alan Barros?

O influenciador conta com 212 mil seguidores no Instagram e divulga imagens que ostentam uma vida luxuosa em Dubai, nos EAU (Emirados Árabes Unidos). Além de viagens por Londres e nas Ilhas Maldivas, no Oceano Índico, que eram compartilhadas na internet.

Em 31 de janeiro de 2024, o empresário foi ameaçado pelo gerente de uma padaria em Barueri (SP) por estar utilizando um notebook no estabelecimento. O cliente postou o vídeo dos ataques nas redes sociais.

Nas imagens, o proprietário da casa mostra um aviso ao homem em que diz que não é permitido o uso de notebooks dentro do estabelecimento. Ele se descontrola ainda mais quando percebe que o cliente está filmando o desentendimento. “Vou te pegar lá fora”, ele diz, antes de dar um tapa no celular do cliente enquanto pede para não ser filmado.

Em contato com a IstoÉ, o advogado de Alan Barros, Leonardo Dechatnik, afirmou por meio de nota que, desde o início das investigações, o influenciador colabora com as autoridades e questiona o valor de R$ 100 milhões estimado pela PF e a quantidade de vítimas.

“Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial”, esclarece o comunicado.

O advogado também alega que um dos indivíduos que se passou por vítima teria furtado itens virtuais da empresa e hackeado a plataforma. “Estamos comprometidos em demonstrar a inocência de nosso cliente e esclarecer os fatos, sempre respeitando o processo legal e colaborando com as autoridades para a justa resolução deste caso”, concluiu.