O influenciador digital Bruno Donato Maffei usava as suas redes sociais para vender acessórios de marcas de luxo, como bolsas. Segundo as investigações, após receber o pagamento, ele deixava de responder à pessoa que havia comprado e não entregava a mercadoria. Agora, Bruno é investigado pelas polícias civis do Rio de Janeiro e de São Paulo pelos crimes de estelionato e aplicação de golpes. As informações são do jornal Extra.

Ainda segundo os inquéritos policiais, o influenciador usava dados de terceiros para abrir contas em bancos digitais.

O delegado Leonardo Bürger, que atua em Limeira, no interior de São Paulo, informou que o caso veio à tona quando duas amigas procuraram a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) em outubro de 2021.

Elas afirmaram que compraram uma bolsa da marca Gucci e outra, da Louis Vuitton, por meio do perfil no Instagram “Me deu bode”. Após realizarem a transferência via PIX no valor de R$ 5 mil, as jovens foram bloqueadas e não receberam a mercadoria.

“A partir dos registros de ocorrência, realizamos diligências, analisamos dados e ainda conseguimos a quebra do sigilo bancário, podendo concluir que foi Maffei quem recebeu os valores pela negociação das bolsas. De acordo com as investigações, além de exibir fotos dos produtos, ele enviava certificados de autenticidade dos mesmos, dando realmente a impressão de que a compra era segura”, disse o delegado.

O delegado solicitou ao poder judiciário um pedido de prisão preventiva contra o influenciador. Porém obteve a autorização para um mandado de busca e apreensão, que ocorreu na residência da família de Bruno na Avenida Vieira Souto, no bairro de Ipanema (RJ).

Os agentes encontraram no imóvel três celulares, 13 chips telefônicos, duas bolsas, um caderno de anotações e R$ 2.500.

Agora, a polícia irá investigar se o influenciador agiu sozinho ou se existe uma rede de criminosos.

Outro inquéritos

Segundo a Polícia Civil do Rio, Bruno é investigado em nove inquéritos por estelionato e outras fraudes.

Em 2020, um homem registrou uma notícia-crime na 12ª Delegacia de Polícia (DP) de Copacabana após alugar um apartamento com Bruno na rua Belfort Roxo.

Ele pagou R$ 1.600 e, quando chegou ao imóvel, descobriu que o influenciador não morava lá havia um ano. Na sequência, o rapaz foi bloqueado nas redes sociais.

No mesmo ano, outro homem registrou uma notícia-crime na 16ª DP (Barra da Tijuca). Ele afirmou que trabalhava com Bruno em uma produtora de eventos. Quando retornou de uma viagem, percebeu que três relógios de luxo, um computador, uma placa de áudio, um jogo de microfone e uma mala de roupas tinham desaparecido.

Uma câmera de segurança do condomínio em que residia flagrou o momento em que o influenciador cometeu o crime.

“Assim que concluímos as investigações, relatando pelo indiciamento, iremos enviar um relatório completo com as informações dos crimes apurados para instruir, por meio das provas obtidas, as outras polícias do país nos demais inquéritos em andamento”, afirmou o delegado Leonardo Bürger.

O Globo entrou em contato com Bruno Donato Maffei por meio de suas redes sociais, mas não obteve retorno.