Com mais de 4,8 milhões de seguidores no Instagram, Hendyohara divide com o público sua realidade de maternidade solo e atípica. Mãe de Dante, de 3 anos, que hoje possui autismo de nível 1, a influenciadora relata os desafios e impactos dessa jornada em sua vida pessoal, emocional e profissional.
Segundo Hendyohara, desde quando seu filho chegou, trouxe grandes mudanças em todos os aspectos, mas principalmente em sua vontade de continuar vivendo: “Assistir uma vida crescer, ver um pequeno ser humano em construção me obrigou a amadurecer. Isso me fez adulta, me fez mulher. Ele me inspira, me motiva e é o amor da minha vida”.
Dante foi diagnosticado aos 2 anos e 8 meses. Para ela, a notícia não foi um choque, mas uma libertação. Com isso, a influenciadora pôde buscar terapias adequadas, entender melhor as necessidades do filho e também abrir caminho para que outras mães se sentissem menos sozinhas ao enfrentarem situações parecidas. Mas, antes mesmo do diagnóstico, a maternidade já vinha sendo atravessada por outra realidade difícil: a de criá-lo sozinha, sem rede de apoio.
“Viver a maternidade solo é muito difícil. Acho que para todas as mulheres que vivem isso. Tem uma frase africana que diz: ‘É preciso uma aldeia inteira para criar uma criança’. Eu acredito muito nisso. Por isso que nós, mães solos, ficamos tão exaustas e sobrecarregadas. Nem todas temos rede de apoio, e isso me inclui. Criar um filho não deveria ser uma jornada solitária”, desabafa.
A ausência dessa “aldeia” tornou seu caminho ainda mais desafiador: “Preciso dar conta de absolutamente tudo sozinha, e isso é humanamente impossível. Eu fico exausta. Ainda hoje vivo à beira de colapsos, careço de suporte básico, de cuidados comigo mesma e de tempo para tanta coisa. E tento manter minha saúde mental para não passar o estresse para meu filho”.
Toda a visibilidade que conquistou na internet trouxe transformações. Hendy pontua que, com o crescimento da carreira, hoje consegue pagar por alguns serviços e profissionais que a ajudam, mas o custo de manter essa estrutura é alto, emocional e financeiramente. “É um desafio gigante. Eu preciso de suporte”, afirma.
Por outro lado, se emociona ao reconhecer uma conquista concreta: garantir ao filho o acesso à saúde e à educação de qualidade. “Tinha muito medo de não conseguir proporcionar isso. São coisas básicas, mas que não tínhamos acesso”, confessa.