A inflação interanual no Brasil atingiu 5,48% em março, com uma tendência de alta que mostra as dificuldades do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para conter o aumento dos preços, segundo dados oficiais publicados nesta sexta-feira (11).
O aumento mensal foi de 0,56%. O número é menor em relação aos 1,31% de fevereiro, porém o mais alto para março desde 2003 e acima da meta fixada pelo Banco Central.
Em fevereiro, a inflação interanual ficou em 5,06%.
O “maior impacto” do último mês se deu ao aumento dos alimentos, com uma alta de 1,17%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Isso representa um desafio para o governo de Lula, que, segundo pesquisas recentes, viu sua popularidade cair por causa dos aumentos em produtos básicos como ovos e café.
Em março, o governo anunciou uma série de medidas destinadas a reduzir os preços, incluindo a eliminação de impostos de importação sobre produtos como a carne e o açúcar.
No ano passado, o país foi afetado por vários eventos climáticos extremos, como uma seca histórica e enchentes que comprometeram o setor agrícola e levaram à alta dos preços.
No entanto, espera-se que a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas bata um recorde de 327,6 milhões de toneladas em 2025, segundo estimativas divulgadas na quinta-feira pelo IBGE, o que pode ajudar a combater a inflação dos alimentos.
Os especialistas e as instituições financeiras consultados na pesquisa Focus do Banco Central preveem uma inflação de 5,65% em 2025.
O Banco Central elevou a Selic diversas vezes desde setembro para tentar conter a subida dos preços.
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