FRANKFURT (Reuters) – O Banco Central Europeu (BCE) ainda vê o aumento recente da inflação na zona do euro acima de sua meta de 2% como temporário e espera que as pressões de preços diminuam no próximo ano, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta quinta-feira.

Ela reconheceu que o declínio da inflação levará mais tempo do que o BCE esperava inicialmente, mas disse que as condições de financiamento favoráveis ​​criadas pela política monetária ultraestimulativa do BCE ainda são essenciais para a economia da zona do euro se recuperar da pandemia de Covid-19.

“Vemos a inflação subindo ainda mais no curto prazo, mas depois caindo no próximo ano”, disse Lagarde em coletiva de imprensa depois de o BCE manter a política monetária.

Ela identificou os principais impulsionadores da inflação como preços de energia, problemas nas cadeias de abastecimento –conforme a demanda do consumidor se recupera– e efeitos de base, especialmente do corte do imposto de valor agregado alemão no ano passado, cujo impacto deve sair da conta dos dados em janeiro.

A inflação da zona do euro foi a 3,4% no mês passado e deve subir para 3,7% em outubro. Os dados preliminares serão divulgados na sexta-feira.

Isso levantou questões sobre se a agressiva política do BCE de compras maciças de títulos e taxas de juros negativas sobre os depósitos ainda era apropriada.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Lagarde disse que a inflação dominou as discussões do Conselho do BCE. “Falamos sobre inflação, inflação, inflação”, afirmou.

“Fizemos muitos exames de consciência para realmente testar nossa análise e estamos confiantes de que esta análise da temporalidade dessas categorias está correta e levará a um declínio ao longo de 2022.”

“Ainda assim, vai demorar um pouco mais do que esperávamos.”

O BCE disse em setembro que via a inflação em 2,2% neste ano, em 1,7% no próximo e em 1,6% em 2023, mas é provável que aumente suas previsões na próxima atualização de estimativas, em dezembro.

Economistas ouvidos pela Reuters também aumentaram suas previsões e agora veem o crescimento dos preços na zona do euro em 2,3% neste ano, 1,8% em 2022 e 1,6% em 2023.

Indicadores de mercado para as expectativas de inflação da zona do euro também subiram e colocam a taxa em torno de 2%, meta do BCE, para a próxima década.

O swap de inflação a termo de cinco e cinco anos superou 2% pela primeira vez desde 2014 na semana passada, enquanto o swap de inflação a termo de um ano e um ano estava logo abaixo desse nível.

(Por Francesco Canepa)

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEH9R0VV-BASEIMAGE


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias