A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 1,06% em fevereiro para uma alta 0,10% em março, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A desaceleração nos serviços foi puxada pelo fim do impacto dos reajustes de mensalidades escolares efetuados tradicionalmente em fevereiro, assim como por uma nova queda nos preços das passagens aéreas e no pacote turístico, justificou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

O fim das férias teria ajudado não apenas no recuo das passagens aéreas como também na queda de outros serviços turísticos no mês, justificou Almeida.

Já os preços de itens monitorados pelo governo saíram de alta de 0,88% em fevereiro para aumento de 0,25% em março.

No acumulado em 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,25% em fevereiro para 5,09% em março, menor patamar desde janeiro de 2022, quando também estava em 5,09%.

“O que a gente tem observado nos últimos meses é essa desaceleração da inflação de serviços, embora ainda acima, em 12 meses, da inflação geral”, apontou Almeida.

Questionado sobre uma possível influência de demanda sobre a inflação de serviços, o pesquisador afirmou que o mercado de trabalho aquecido, com queda na taxa de desemprego e alta na renda do trabalhador, pode contribuir para uma maior procura por produtos e serviços, mas que, por ora, o IPCA segue mostrando uma taxa de inflação de serviços em desaceleração no acumulado em 12 meses.

O IPCA acumulado nos 12 meses terminados em março foi de 3,93%.

A inflação de monitorados em 12 meses saiu de 8,60% em fevereiro para 6,39% em março.