A inflação na Argentina situou-se a 3,7% mensais em março, acima dos 2,4% de fevereiro, e chegou a 55,9% interanual, informou o Instituto de Estatística (Indec), em um momento em que o país aguarda a aprovação de um empréstimo do FMI.
O índice superou a barreira dos 3% pela primeira vez desde setembro.
A notícia surge em um mês sacudido por turbulências no âmbito doméstico, diante da sangria de reservas do Banco Central e da expectativa por eventuais modificações no regime cambiário após o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A inflação mensal sofreu um repique pelo segundo mês consecutivo.
O índice foi impulsionado pelos setores “Educação” (21,6%) e “Alimentos e bebidas” (5,9%).
A inflação interanual, ao contrário, voltou a se moderar para 55,9%, abaixo dos 66,9% em 12 meses de fevereiro.
O governo argentino aguarda ansiosamente a aprovação de um novo programa com o FMI. O organismo multilateral anunciou, na terça-feira, um acordo no nível de equipe técnica para um empréstimo de 20 bilhões de dólares (R$ 117,4 bilhões), que deve ser avaliado pela diretoria nesta sexta.
O empréstimo tem a finalidade de sustentar as reservas do Banco Central argentino, que vendeu mais de 2 bilhões de dólares (R$ 11,7 bilhões) nas últimas quatro semanas para sustentar o peso.
À espera do acordo, foram registrados saltos nos contratos em dólar futuro de curto prazo, que na quinta-feira subiu 5,8% pela expectativa de uma depreciação da moeda local, um cenário que poderia aquecer ainda mais o índice de inflação.
Após o primeiro ano do governo Milei, a inflação passou de 211,4% ao ano em 2023 para 117,8% em 2024.
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