23/01/2021 - 17:56
SÃO PAULO, 23 JAN (ANSA) – A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciou na tarde deste sábado (23) a aplicação das primeiras doses da vacina Oxford/AstraZeneca, que chegaram ao Brasil ontem em um voo da Índia.
O infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), Estevão Portela, foi o primeiro profissional de saúde a ser vacinado pelo imunizante. Ao todo, 10 pessoas receberam a vacina, incluindo a médica pneumologista do Centro de Referência Professor Hélio Fraga, da Fiocruz, Margareth Dalcolmo.
A Fiocruz liberou as doses para serem entregues ao Ministério da Saúde e, em seguida, distribuídas pelo Brasil, após realizar um processo de análise de segurança. O governo prevê entregar todas as doses no domingo (24).
Os estados que mais receberão ampolas são: São Paulo (501.960), Minas Gerais (190.500), Rio de Janeiro (185.000), Amazonas (132.500), Bahia (119.500) e Rio Grande do Sul (116.000).
As vacinas foram fabricadas pelo Instituto Serum, na Índia, e eram aguardadas desde sábado passado (16), mas sofreram atraso no envio por questões internas da Índia.
Durante esta madrugada, as doses tiveram a temperatura avaliada e, na sequência, foram etiquetadas. Cada uma das caixas tem 50 frascos e 500 ampolas do imunizante.
O medicamento de Oxford/AstraZeneca apresentou eficácia média de 70,42%, segundo estudo preliminar publicado na revista científica The Lancet no início de dezembro e validado pela Anvisa.
Ele utiliza um adenovírus que provoca resfriado em chimpanzés e é inofensivo para humanos, mas contendo a sequência genética responsável pela codificação da proteína “spike”, usada pelo Sars-CoV-2 para atacar.
Essa sequência genética instrui as células humanas a produzirem a proteína, que será reconhecida como agente invasor pelo sistema imunológico, estimulando a geração de anticorpos. O método é um dos mais tradicionais na produção de vacinas. (ANSA)