“Meus inimigos querem me fazer passar por uma pessoa gananciosa, é estúpido”, se defendeu o novo presidente da Fifa, Gianni Infantino, em entrevista publicada neste domingo no jornal suíço Le Matin, rebatendo acusações da imprensa alemã de que teria reclamado do salário oferecido para dirigir a entidade.

O ex-braço direito de Michel Platini na UEFA reiterou que seu contrato “está sendo negociado”.

“Quando estiver assinado, eu mostrarei com muito prazer todos os detalhes e vocês poderão ver que o montante será abaixo dos dois milhões aos quais a imprensa está se referindo”, rebateu.

No meio da semana, o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung afirmou que Infantino teria recusado a remuneração que lhe foi oferecida, por julgá-la insuficiente.

Coincidência ou não, na sexta-feira, a Fifa soltou uma bomba ao afirmar que a justiça suíça estava investigando um esquema de enriquecimento ilícito do ex-presidente Joseph Blatter e dos seus mais próximos colaboradores, Jerôme Valcke e Markus Kattner.

Os três cartolas teriam dividido 80 milhões de dólares em cinco anos através de contratos e compensações, “em um esforço coordenado de enriquecimento pessoal”.

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“Pedimos uma auditoria séria e completa. As conclusões intermediárias são no mínimo surpreendentes, mas não vou me colocar no nível dos meus adversários ao alimentar polêmicas sem sentido”, comentou Infantino.

Na véspera, o jornal alemão Die Welt tinha publicado a informação de que o novo presidente da Fifa estaria sendo investigado pela comissão de ética da Fifa por ter mandado apagar gravações de uma reunião do Conselho, o braço executivo da entidade, por conta disso corria risco de ser suspenso por 90 dias.

Na sexta-feira, a comissão de ética explicou que “não foi aberto nenhum procedimento formal”.

“Tratava-se de uma reunião estratégica confidencial. Uma cópia ilegal foi infelizmente encontrada na administração”, justificou Infantino na entrevista ao jornal Le Matin.

“A gravação original está em boas mãos e está à disposição das autoridades competentes que queiram consultá-lo. Vocês acham que grandes multinacionais gostariam de ver o conteúdo confidencial de suas reuniões roubado e vazado na imprensa?”, indagou.

“Se existe uma operação de destruição, está dirigida contra mim”, argumentou Infantino, que está atualmente nos Estados Unidos para acompanhar a Copa América do Centenário.

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