Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) – A atividade da indústria brasileira registrou contração em novembro pela primeira vez em um ano e meio, pressionada pela queda nos pedidos e na produção, de acordo com Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).

O indicador divulgado nesta quarta-feira pela IHS Markit caiu em novembro a 49,8, de 51,7 em outubro, indo abaixo da marca de 50 (que separa crescimento de contração) pela primeira vez desde maio de 2020, em um cenário de interrupções prolongadas na cadeia de suprimentos, pressões intensas sobre os preços, incerteza no mercado e aumento das taxas de juros.

Em novembro, a produção da indústria brasileira registrou a maior queda desde maio de 2020, com redução das vendas pelo segundo mês seguido e também no ritmo mais forte em um ano e meio. Os entrevistados citaram incerteza, aumento das taxas de juros e alta dos preços como motivos.

Os fabricantes brasileiros relataram ainda em novembro escassez global de matérias-primas, aumento dos custos de transporte e fraqueza do real em relação ao dólar, o que levou os preços pagos a nova alta, com a taxa de inflação acelerando para o maior patamar em cinco meses. Com isso, os preços repassados aos clientes voltaram a subir, embora a um ritmo mais faco do que em outubro.

O aumento dos custos de insumos e a fraqueza das vendas levaram os fabricantes a reduzir os níveis de compra em novembro, encerrando uma sequência de crescimento de 16 meses.

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Ainda assim, a indústria aumentou o número de vagas de trabalho no mês, mas ao ritmo mais fraco da atual sequência de oito meses de expansão, devido à fraqueza nas vendas.

Apesar de várias empresas expressarem preocupações com pressões inflacionárias, custos crescentes de empréstimos e incertezas políticas, o otimismo melhorou em novembro, com os empresários esperando que a demanda se recupere no próximo ano e dê suporte à produção.

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