Líderes de comunidades indígenas da selva peruana alertaram nesta sexta-feira (11) que, se for necessário, vão caminhar até Lima defender seu voto no esquerdista Pedro Castillo, em meio à lenta apuração do segundo turno das eleições presidenciais, que mantém o país em vigília e polarizado.

“Estamos alerta para fazer uma mobilização pedindo que respeitem nossos votos”, disse à AFP Lizardo Cauper, presidente da Associação Interétnica de Desenvolvimento da Floresta Peruana (Aidesep).

“Se for necessário, vamos marchar até a capital, as comunidades indígenas se declaram em estado de alerta para defender nosso voto a favor de Pedro Castillo”, acrescentou o líder.

“Na Amazônia, nos Andes, não apoiamos a senhora Keiko Fujimori”, acrescentou Cauper durante coletiva de imprensa ao lado de outras lideranças indígenas.

Na floresta peruana há 1.809 comunidades amazônicas que reúnem meio milhão de pessoas.

A presidente da Federação Nacional de Mulheres Camponesas, Artesãs, Indígenas, Nativas e Assalariadas do Peru, Lourdes Huanca, assegurou que as associadas também estão dispostas a caminhar até Lima para protestar nos organismos eleitorais.

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“Na nossa história de mais de 500 anos teremos um presidente camponês, teremos um presidente que vai respeitar nosso território”, destacou Huanca.

“Pedimos ao Júri Nacional de Eleições que dê uma pronta solução à medida apresentada pela Força Popular e evitemos, assim, uma comoção social”, afirmou Víctor Maita, presidente da Confederação Nacional Agrária.

As lideranças indígenas convocaram a imprensa para expressar seu repúdio ao pedido de Keiko Fujimori de anular 802 atas do voto rural.

As organizações indígenas, camponesas, andinas e amazônicas do Peru representam mais de 25% da população peruana, de 33 milhões de habitantes.

A apuração do segundo turno entre Castillo e a candidata da direita, Fujimori, avança a conta-gotas na reta final, em meio a denúncias de fraudes e impugnações de votos, o que elevou a tensão no país.


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