Líderes indígenas de ex-colônias britânicas exigiram nesta quinta-feira (4) que o rei Charles III apresente um pedido de desculpas por “séculos de racismo” e o “legado de genocídio”, crimes que atribuem à Coroa.

Em uma carta divulgada dois dias antes da coroação do novo monarca, representantes indígenas de 12 países da Commonwealth também pediram indenizações financeiras e a devolução dos tesouros culturais roubados.

O texto é assinado por líderes da Austrália, cuja população indígena foi massacrada e expulsa de suas terras por colonos britânicos, e de vários países do Caribe que foram atacados para a busca de escravizados.

O grupo afirma que está unido par ajudar sua população a “recuperar-se de séculos de racismo, opressão, colonialismo e escravidão”.

Nos últimos anos, Charles III tentou estabelecer uma aproximação dos líderes indígenas, diante dos apelos à responsabilização da monarquia por suas ligações com o comércio de escravizados e o legado de violência do Império Britânico.

Embora Charles III já tenha admitido que a Coroa deve “reconhecer os erros” do passado, a carta pede ao novo rei um passo a mais, com um pedido formal de desculpas.

A ex-atleta olímpica Nova Peris, a primeira mulher aborígene eleita para o Parlamento Federal da Austrália, é uma das signatárias.

Crítica dos vínculos da Austrália com a família real, Peris disse que chegou o momento de “reconhecer as consequências terríveis e duradouras” da colonização e o “legado de genocídio” sentido por muitas populações indígenas.

A carta pede a Charles III o início de conversações para indenizar as populações indígenas, que que sofreram o saque de seus tesouros e a destruição de sua cultura.

O texto também é assinado por representantes do Canadá, Nova Zelândia e Papua Nova Guiné.

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