O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), encontra-se sob pressão para engavetar o PL da Anistia após o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito que investiga o planejamento de um golpe de Estado. Essa é a avaliação de integrantes da cúpula petista e de parlamentares do Centrão.

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Ao site IstoÉ, parlamentares afirmaram que Lira “está em uma sinuca de bico”, dividido entre agradar os bolsonaristas e atender à cobrança dos petistas para arquivar o projeto. Segundo eles, a única saída seria enterrar de vez a proposta, que beneficiaria Bolsonaro e seus aliados.

A ala mais radical do bolsonarismo na Câmara dos Deputados ainda nutria esperanças de aprovar o projeto quando a repercussão da operação Contragolpe, da Polícia Federal, diminuísse. Porém, o cenário mudou.

Lira já havia sinalizado ao PT sua intenção de retardar a tramitação do projeto ao criar uma comissão especial para elaborar um relatório, o que descontentou a cúpula bolsonarista. Ainda assim, existia uma promessa de que o texto avançaria na próxima gestão da Câmara, que provavelmente será liderada por Hugo Motta (Republicanos-PB).

No entanto, pessoas próximas a Lira avaliam que o indiciamento de Bolsonaro e do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) possa alterar os rumos do debate. A expectativa é que o presidente da Câmara sofra ainda mais pressão dos governistas, resultando no arquivamento definitivo da proposta.