Indiciado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro na última quinta (5), o youtuber Felipe Neto fez uma live na tarde deste sábado (7) para se defender das acusações de que divulgaria material impróprio para crianças e adolescentes em seu canal.

Felipe atribui a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro diversas representações no Ministério Público para tentar abrir processos criminais contra ele.

“Sou uma pessoa que defende os Direitos Humanos e o progressismo. E, obviamente, eu e Bolsonaro somos pessoas diametralmente opostas. E a galera pró-governo passou a me ter não como um rival, um adversário político, mas como um inimigo. O extremista radical tem inimigos, pessoas que ele precisa destruir”, diz Felipe.

Acompanhado do seu advogado André Perecmanis, o youtuber afirmou que ficou “bastante impressionado, porque “nunca imaginei que um delegado iria fazer um indiciamento baseado em questões tão absurdas”, disse.

“Qual é o crime que eu estou sendo acusado? Qual crime eu cometi? Onde está o crime?”, questiona Felipe Neto.

De acordo com o influencer, o indiciamento aponta que o crime consta do artigo 244b do Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA) que diz: “corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la”.

Segundo o ECA, a pena para esse crime seria de 1 a 4 anos de prisão.

“Nunca incentivei ninguém a cometer crime algum nessa vida”, diz Felipe Neto, que ressalta que é um dos poucos youtubers no mundo a colocar classificação indicativa no título de alguns de seus vídeos.

“Eu sou um dos únicos youtubers no mundo a colocar a classificação indicativa no título dos vídeos quando eles não são apropriados para menores de 12 anos”, diz Felipe.

De acordo com o influencer, os vídeos que não contêm essa informação são porque o próprio YouTube deixa claro em suas diretrizes que a plataforma só é recomendada para maiores de 13 anos.

Felipe também rebate afirmação divulgada na imprensa pelo delegado Pablo da Costa Sartori, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), de que o influencer teria sido intimado para prestar esclarecimentos, mas que seu advogado protocolou uma petição onde Felipe afirmaria que não queria ser ouvido.

“Isso não é verdade”, disse o advogado André Perecmais. “Eu fui a delegacia, o delegado me atendeu muito gentilmente, e ele me informou que ‘ele [Felipe Neto] pode não vir, pode apresentar os esclarecimentos por escrito. Fica a critério dele'”, teria dito o delegado a Perecmais.

O advogado de Felipe teria informado ao delegado, então, que ele preferia que Felipe, por uma questão de cuidado com a questão da pandemia, por ser o influencer uma pessoa conhecida e que possivelmente acabaria gerando aglomeração, já que o delegado deu a oportunidade de os esclarecimentos serem feitos por escrito, que eles optavam por essa maneira.