A popularidade do presidente Jair Bolsonaro continua caindo, já que seu índice de rejeição ultrapassou 50% pela primeira vez, de acordo com uma pesquisa publicada pelo Instituto Datafolha.
Sua vantagem em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas intenções de voto para as eleições do próximo ano também aumentou de 18% para 21%.
A porcentagem de pessoas que consideram o trabalho de Bolsonaro “ruim” ou “péssimo” aumentou de 45% em maio para 51% na pesquisa realizada entre mais de 2.000 pessoas de 7 a 8 de julho e publicada na noite de quinta-feira.
A taxa de aprovação de Bolsonaro também permaneceu em sua marca mais baixa, de 24%, estabelecida em maio.
Seu maior índice de aprovação, de 37%, foi em dezembro de 2020. Porém, começou a despencar a partir de janeiro deste ano, quando o governo parou de distribuir subsídios para mitigar os problemas econômicos causados pela primeira onda da pandemia do coronavírus no país.
A queda continuou enquanto o Brasil entrava em uma segunda e mais letal onda da pandemia no início de 2021, seguida por acusações de corrupção de Bolsonaro no enfrentamento da crise de saúde, que tirou a vida de 530.000 brasileiros.
Nas pesquisas de intenção de voto, Bolsonaro subiu de 23% em maio para 25%, mas não tanto quanto o salto de Lula, de 41% para 46%.
O ex-sindicalista de 75 anos teve negada a possibilidade de concorrer contra Bolsonaro em 2018, quando começou a cumprir pena de 12 anos de prisão, após ser condenado no âmbito do escândalo de corrupção na Petrobras.
Mas ele foi libertado 18 meses depois e em março teve suas condenações anuladas por falhas processuais.
A pesquisa Datafolha revelou que o popular Lula derrotaria Bolsonaro, de 66 anos, por 58% a 31% em um segundo turno eleitoral – outro aumento de 4% em relação a maio.
A porcentagem de eleitores que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro subiu de 54% para 59%, já a de Lula cresceu de 36% para 37%.
Um Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado investiga como Bolsonaro enfrentou a pandemia, cuja gravidade ele repetidamente minimizou.
Ele também está sendo investigado pelo Ministério Público por suposta omissão após uma denúncia de irregularidades na compra de vacinas contra o coronavírus.
Enquanto isso, a oposição pressiona o presidente da Câmara dos Deputados a abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro.