São Paulo, 07/03 – O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 167,5 pontos em fevereiro de 2019, uma alta de 2,7 pontos (1,7%) em relação a janeiro, nível mais alto desde agosto do ano passado. Em relação a igual mês de 2018, o Índice registrou queda de quase 4 pontos (2,3%).

Conforme comunicado da FAO, divulgado nesta quinta-feira, 7, o aumento mensal foi puxado pelo incremento no preço de todas as commodities representadas no Índice, especialmente pela alta acentuada no subíndice dos laticínios.

O subíndice de preços dos Cereais registrou média de 169 pontos em fevereiro, um avanço marginal em relação ao mês anterior e de quase 8 pontos (4,7%) em relação ao mesmo mês do ano passado. “Entre os principais cereais, os preços do milho subiram mais, impulsionados pelas maiores cotações de exportação dos Estados Unidos, principalmente por causa das preocupações com as interrupções no transporte”, disse a FAO.

Em compensação, os preços do trigo, que iniciaram o mês sustentados pelas preocupações com aperto na oferta, caíram significativamente, pressionados pelo enfraquecimento na demanda. Segundo a FAO, o índice de preços do arroz da FAO manteve-se estável, uma vez que a demanda lenta pelo tipo Indica compensou os contínuos ganhos registrados no mercado japonês, impulsionado pelo forte ritmo de comercialização.

De acordo com o levantamento mensal da FAO, o Índice de Preços do Óleo Vegetal registrou média de 133,5 pontos em fevereiro, uma alta de 2,3 pontos (1,8%) em comparação com janeiro, “marcando seu maior nível desde outubro de 2018”, salienta a organização. Segundo a FAO, o aumento reflete principalmente preços mais altos dos óleos de palma, soja e girassol. “Os preços do óleo de palma subiram pelo terceiro mês consecutivo, à medida que a esperada contração da produção sazonal nos principais países produtores coincidiram com a robusta demanda doméstica”, informou a FAO.

Preços internacionais do óleo de soja e do óleo de girassol também se mantiveram firmes com expectativa de restrição na oferta global. Os fortes preços do óleo mineral também contribuíram para o aumento dos valores de óleos vegetais, de acordo com a entidade.

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Já o Índice de Preços da Carne da FAO apresentou média de 163,6 pontos em fevereiro, levemente acima (1,2 pontos ou 0,7%) do registrado em janeiro, mas ainda 4% abaixo dos preços praticados em igual mês do ano passado. “As cotações de carne bovina e suína aumentaram, apoiadas por uma procura robusta de importações, juntamente com fornecimentos limitados de exportação de carne bovina, especialmente da Nova Zelândia, e de carne suína pela União Europeia (UE)”, apontou o relatório.

No entanto, os preços da carne de frango e carne ovina recuaram, devido ao ritmo mais lento das vendas externas e à oferta abundante de exportação da Nova Zelândia, respectivamente.

No levantamento mensal da FAO, os preços de laticínios tiveram média de 192,4 pontos em fevereiro, alta de 10,3 pontos (5,6%) em comparação com janeiro e estável em comparação ao mesmo intervalo de 2018. Todos os preços dessa categoria subiram em fevereiro, com alta mensal expressiva no leite desnatado em pó, seguido por leite em pó integral, queijo e manteiga.

“A forte demanda por importações, especialmente para suprimentos da Oceania, elevou os preços de leite desnatado em pó, do leite em pó integral e do queijo. Quanto à manteiga, uma queda sazonal na produção antecipada da Oceania nos próximos meses foi favorável aos preços”, disse a FAO.

A FAO calcula, ainda, que o subíndice de preço do açúcar ficou em média em 184 pontos em fevereiro, aumento de 2,2 pontos (1,2%) em relação ao mês anterior. O incremento mensal refletiu, em grande parte, as preocupações com perspectivas de ampla produção em alguns dos principais países processadores.

“Espera-se agora que a produção de açúcar da Índia em 2018/19 recue 5% em relação ao ano passado, enquanto na região Centro-Sul do Brasil, principal região produtora de adoçante no país, a produção de outubro de 2018 a janeiro de 2019 declinou 26% ante o mesmo período da safra anterior”, explica a organização.

A FAO destaca ainda que o aumento nos preços da gasolina no Brasil forneceu apoio às cotações internacionais do açúcar, fazendo com que usinas locais favorecessem a produção de etanol dentre o mix sucroenergético.


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